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MERCADO DE CAPITAIS<br />
VARIAçãO DO VAlOR DE MERcADO DAs EMpREsAs DOs sETOREs<br />
(em relação a 31 de março de 2008)<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
-10%<br />
-20%<br />
-30%<br />
-40%<br />
-50%<br />
-60%<br />
-70%<br />
Cosmésticos<br />
Telecomunição<br />
Bancos e Seguros<br />
6 REVISTA RI Fevereiro 2009<br />
Energia Elétrica<br />
Alimentos<br />
Transporte<br />
Série1 20% -9% -11% -12% -20% -23% -33% -34% -39% -43% -50% -51% -52% -59% -69%<br />
Alguns pontos podem ser resulta<strong>do</strong>s de nossa análise:<br />
1. Exceção ao segmento de cosméticos, to<strong>do</strong>s os segmentos em geral<br />
tiveram os preços de suas ações diminuí<strong>do</strong>s em relação à Março de 2008.<br />
Mesmo assim, cabe ressaltar que o segmento de cosméticos é represen<br />
ta<strong>do</strong> por uma única empresa, a Natura. Ou seja, to<strong>do</strong>s os setores foram<br />
prejudica<strong>do</strong>s com a crise, alguns mais e outros menos.<br />
2. Os segmentos de Telecomunicações, Energia Elétrica, Fumo e Ali<br />
mentos e Bebidas, tiveram uma perda menor que a média (O Ibovespa<br />
perdeu em média 35%). Isto pode ser justifica<strong>do</strong>, por conta destas em<br />
presas terem seus resulta<strong>do</strong>s bastante foca<strong>do</strong>s em merca<strong>do</strong>s locais e que<br />
aparentemente não sofreram uma retração momentânea; ou seja, apa<br />
rentemente no curto prazo, ninguém deixou de utilizar energia elétrica,<br />
telefone, se alimentar e até mesmo fumar.<br />
3. O segmento de Instituições Financeiras, também mostrou que perdeu<br />
menos que o Ibovespa, mesmo ten<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> inteiro viven<strong>do</strong> uma crise<br />
principalmente em instituições financeiras. Também foi um segmento,<br />
assim como os menciona<strong>do</strong>s no item 2 , submeti<strong>do</strong> à uma competição de<br />
larga data, e com empresas com marcas muito fortes e bem posicionadas.<br />
4. Aparentemente os segmentos mais concentra<strong>do</strong>s, em commodities<br />
ou empresas B2B, sofreram maiores perdas. No entanto, o destaque<br />
negativo foi para o segmento de papel de celulose, que além da perda<br />
em função <strong>do</strong> contexto <strong>do</strong> setor, também foi prejudica<strong>do</strong>; pois, algumas<br />
das principais empresas estiveram envolvidas com perdas significativas<br />
em merca<strong>do</strong>s de derivativos.<br />
Fumo<br />
Varejo<br />
Petróleo e Gas<br />
Indústria<br />
Aeroespacial<br />
Mineração<br />
Siderurgia &<br />
Metalurgia<br />
Observamos que a crise afeta, de maneira bastante distinta, os<br />
segmentos de atuação e, que mais que nunca, o Brasil cada vez<br />
mais prova sua força, pois algumas empresas podem chegar ao fi<br />
nal <strong>do</strong> ano a uma perda bastante reduzida. Isto mostra uma econo<br />
mia, cujos princípios estão cada vez mais fortes; pois, em tempos<br />
atrás, uma crise global como esta destruía o valor <strong>do</strong> acionista e as<br />
perdas poderiam ser dramáticas.<br />
Sim, estamos em crise, ela chegou e 2009 aparentemente não será<br />
um ano fácil. Porém, como mostra este estu<strong>do</strong>, existem setores que<br />
mais rapidamente se recuperarão, e que os efeitos, para algumas em<br />
presas/setores no Brasil, estão longe de serem compara<strong>do</strong>s a outras<br />
crises anteriores (que até mesmo no mun<strong>do</strong> foram bem menos graves<br />
que a atual). Estamos, portanto colhen<strong>do</strong> alguns frutos de um avanço<br />
no merca<strong>do</strong> de capitais.<br />
Química<br />
Construção<br />
Papel e Celulose<br />
(*) EDUARDO TOMIYA<br />
é Engenheiro, Mestre, Phd (ABD)<br />
em Engenharia de Produção da<br />
Escola Politécnica da USP. É Sócio<br />
Funda<strong>do</strong>r da BA - BrandAnalytics<br />
Consultoria de Marcas.<br />
É, ainda, professor de branding<br />
na FAAP, FGV, INPI, Rio Branco.<br />
(eduar<strong>do</strong>.tomiya@brandanalytics.com.br)