boletim tr/es 2011.080 - Justiça Federal
boletim tr/es 2011.080 - Justiça Federal
boletim tr/es 2011.080 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ural de 1991 a 1993 (fls. 25) e Regis<strong>tr</strong>o de Filiação ao Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais, com admissão em 11/01/2008<br />
(fl. 26).<br />
5. Inexiste nos autos prova documental que demons<strong>tr</strong>e o exercício de atividade rural pelo autor no período de 1991 a 1993.<br />
A única informação referente a <strong>es</strong>te período consta da declaração extemporânea feita pelo Sindicato Rural em 15/01/2008,<br />
um dia ant<strong>es</strong> da protocolização do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo junto ao INSS.<br />
6. Portanto, constata-se que no advento da Lei 8.213, em 24 de julho de 1991, o autor não era considerado segurado<br />
<strong>es</strong>pecial, assim não faz jus à aplicação da tabela progr<strong>es</strong>siva de carências do art. 142 da Lei 8.213/91. Logo, precisa<br />
comprovar 180 m<strong>es</strong><strong>es</strong> de lide rural para fazer jus à conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado.<br />
7. Ao verificar o ex<strong>tr</strong>ato do CNIS do recorrente (fl. 38), constata-se que o m<strong>es</strong>mo exerceu atividade rural por 169 m<strong>es</strong><strong>es</strong>,<br />
pois laborou nos períodos en<strong>tr</strong>e 03/01/1994 a 26/03/2004 e 01/04/2004 a 11/01/2008, não cumprindo o requisito “carência”<br />
do benefício de aposentadoria rural por idade.<br />
8. Diante do exposto, não faz jus o autor ao benefício pleiteado.<br />
9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />
10. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário da Assistência<br />
Judiciária Gratuita.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que<br />
passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
48 - 0007209-34.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.007209-1/01) EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-ESTRUTURA<br />
AEROPORTUÁRIA - INFRAERO (ADVOGADO: ANDREA MONTANARI ROSA RANGEL, FREDERICO GUILHERME<br />
PICLUM VERSOSA GEISS, RAFAEL COSTA DE SOUSA, RODRIGO MARANGONI RUSCHI.) x EDWARD HEMMING<br />
DODD E OUTRO (ADVOGADO: RAQUEL COSTA QUEIROZ, RAPHAEL JACCOUD VALORY SILVEIRA, RAPHAEL<br />
DODD MILITO, RACHEL DODD MILITO.) x OS MESMOS.<br />
E M E N T A<br />
RESPONSABILIDADE CIVIL – ATO ILÍCITO COMETIDO – QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL – SENTENÇA<br />
PARCIALMENTE REFORMADA APENAS NO QUE TANGE AO QUANTUM INDENIZATÓRIO – RECURSO DO AUTOR<br />
CONHECIDO E IMPROVIDO – RECURSO DO RÉU CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.<br />
Trata-se de recursos inominados interpostos pela INFRAERO e pela parte autora em face da sentença de fls.220/229, que<br />
julgou parcialmente procedente o pedido autoral, concedendo indenização por danos morais em favor do 1º autor, no valor<br />
de R$ 22.800,00 (vinte e dois mil e oitocentos reais) e julgando improcedente o m<strong>es</strong>mo pedido quanto à 2ª autora. Alega a<br />
INFRAERO, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não é parte legítima, pois se houve algum dano, a r<strong>es</strong>ponsabilidade é da<br />
companhia aérea. Aduz, ainda, que caso se mantenha a condenação, o dano deve ser classificado como “dano leve”, visto<br />
que se refere exclusivamente à honra subjetiva do autor. Pugna, então, pela reforma da sentença. Por seu turno, a parte<br />
autora, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega que a falha do serviço pr<strong>es</strong>tado pela INFRAERO e a situação vexatória pela qual<br />
passou, alcançou também a sua <strong>es</strong>posa. Diante disso, requer que seja reconhecido o dano moral sofrido pela 2ª autora.<br />
Os autor<strong>es</strong> embarcaram no aeroporto de Vitória com d<strong>es</strong>tino ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em 09/11/2004. O<br />
1º autor (85 anos de idade) é portador de neoplasia maligna, e a 2ª autora, que é sua <strong>es</strong>posa, sempre o acompanha. A área<br />
de d<strong>es</strong>embarque, no aeroporto do Galeão, deve ser ac<strong>es</strong>sada por uma <strong>es</strong>cada, na qual os passageiros devem subir para<br />
proceder ao d<strong>es</strong>embarque. Para as p<strong>es</strong>soas portadoras de nec<strong>es</strong>sidad<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais, há um equipamento <strong>es</strong>pecífico para<br />
<strong>tr</strong>ansporte em <strong>es</strong>cadas rolant<strong>es</strong>. En<strong>tr</strong>etanto, no d<strong>es</strong>embarque dos autor<strong>es</strong>, tal equipamento não <strong>es</strong>tava funcionando.<br />
Perante <strong>es</strong>sa situação, os funcionários da Empr<strong>es</strong>a Ré, sugeriram carregar o 1º autor no “colo”, porém houve negativa por<br />
parte de sua <strong>es</strong>posa, visto que havia possibilidade de queda, o que agravaria suas l<strong>es</strong>õ<strong>es</strong>. Não havendo qualquer ou<strong>tr</strong>a<br />
possibilidade, os autor<strong>es</strong> decidiram que o 1º autor subiria as <strong>es</strong>cadas amparado pelos funcionários da empr<strong>es</strong>a. D<strong>es</strong>ta<br />
forma, o autor fez um <strong>es</strong>forço d<strong>es</strong>comunal e impróprio, devido às suas condiçõ<strong>es</strong> físicas, para que o d<strong>es</strong>embarque se<br />
realizasse.<br />
Verifica-se que a Empr<strong>es</strong>a Ré alegou a ilegitimidade passiva, en<strong>tr</strong>etanto, <strong>es</strong>se argumento não merece prosperar. A<br />
INFRAERO é uma Empr<strong>es</strong>a Pública pr<strong>es</strong>tadora de serviço público de adminis<strong>tr</strong>ação aeroportuária e tem suas atividad<strong>es</strong><br />
vinculadas pelo CDC. D<strong>es</strong>ta forma, as atividad<strong>es</strong> da recorrente são solidárias às atividad<strong>es</strong> das companhias aéreas,<br />
quando existir nexo de causalidade com o serviço aeroportuário. In casu, r<strong>es</strong>ta comprovado tal nexo, existindo, assim,<br />
solidariedade en<strong>tr</strong>e a INFRAERO e a TAM. D<strong>es</strong>ta forma, os autor<strong>es</strong> tinham a faculdade de demandar em juízo qualquer<br />
uma delas (art. 25, § 1º, do Código de Def<strong>es</strong>a do Consumidor).<br />
Com efeito, compete à Empr<strong>es</strong>a Ré verificar se as companhias aéreas <strong>es</strong>tão cumprindo as regras de circulação p<strong>es</strong>soal.<br />
Portanto, cabia à INFRAERO averiguar se a TAM tinha ciência da “rota alternativa”. Ao que tudo indica tal fiscalização não<br />
aconteceu.<br />
Atento que a fixação do valor do dano moral tem duplo conteúdo, de sanção e compensação, e não pode ser fonte de<br />
enriquecimento sem causa, mas, por ou<strong>tr</strong>o lado, deve ser arbi<strong>tr</strong>ado num valor que iniba a parte negligente de repetir tal<br />
falha, entendo que a quantia a ser devida pela Empr<strong>es</strong>a Ré é de R$ 10.000,00 (dez mil reais).<br />
Por fim, cabe r<strong>es</strong>saltar que a indenização requerida pela 2ª autora não é devida, uma vez que não há dados nos autos que<br />
comprovem que a m<strong>es</strong>ma tenha sofrido algum dano. N<strong>es</strong>se sentido, verifico que apenas o marido da autora <strong>es</strong>tava<br />
debilitado e precisou de auxílio. O fato de sua <strong>es</strong>posa ter se sensibilizado com os fatos ocorridos não ensejam dano moral<br />
indenizável.<br />
Por todo o exposto, merece reforma, em parte, a sentença apenas no que se refere ao quantum indenizatório.