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Naum Alves de Souza - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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22<br />

nascimento <strong>de</strong> Cristo ou, então, fábulas morais,<br />

como a do Filho Pródigo, o moço que pecava,<br />

arrependia-se dos pecados e voltava para casa<br />

arrasado. Uma coisa muito louca na Igreja Protestante:<br />

não se podia aplaudir <strong>de</strong>ntro do templo,<br />

era pecado. <strong>Aplauso</strong> só combinava com lugares<br />

profanos. Então, nas festas <strong>de</strong> Dia das Mães a<br />

gente representava pequenos dramas, <strong>de</strong>corava<br />

poesias quilométricas, no fim fazia uma reverência,<br />

mas não havia o menor som. Em lugar do<br />

aplauso, um silêncio tenebroso. Naquele tempo<br />

já soava esquisito.<br />

E havia um hábito, que <strong>de</strong>pois registrei em A<br />

Aurora da Minha Vida. Parecia tão absurdo que<br />

muita gente não acreditou que fosse tirado<br />

da realida<strong>de</strong>. Todos os anos, no Dia das Mães,<br />

recitávamos poesias muito emotivas e cantávamos<br />

canções sempre muito dramáticas. Na<br />

Igreja Presbiteriana, pela tradição herdada dos<br />

americanos, era costume que todas as pessoas<br />

cujas mães ainda estivessem vivas usassem uma<br />

flor vermelha na lapela; e todos aqueles cujas<br />

mães já tivessem falecido, uma flor branca.<br />

Isso acontecia, e não só em Pirajuí. Quando <strong>de</strong>i<br />

aula no Mackenzie, colégio presbiteriano, aqui<br />

em São Paulo, faziam a mesma festa com as<br />

mesmas características. E era um terror, porque<br />

os professores tinham que acalmar as crianças

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