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Naum Alves de Souza - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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Capítulo II<br />

Crise e Diáspora Familiar<br />

Um ano traumático foi 1953. No fim do primeiro<br />

semestre da primeira série ginasial, houve<br />

um problema grave na família. Meu pai vinha<br />

fazendo maus negócios e tudo culminou ali,<br />

naquele meio <strong>de</strong> ano. Tivemos que nos mudar<br />

às pressas; por causa das dívidas e confusões,<br />

meu pai po<strong>de</strong>ria ser preso. Entrou em cena o<br />

tio rico, irmão mais velho <strong>de</strong> meu pai, que <strong>de</strong>u<br />

um jeito <strong>de</strong> levá-lo certa madrugada. Sumiram<br />

meu pai e minha mãe. Ficamos sem saber on<strong>de</strong><br />

estavam, foi tudo controlado pelos tios, que<br />

tudo fizeram para nos proteger. Os boatos eram<br />

muitos e até hoje não sei exatamente o que<br />

aconteceu. Só ouvíamos falar em dívidas, terras<br />

que não foram pagas, falência... Virou um angu<br />

a nossa vida naquele período. Aconteceu que,<br />

aconselhado por um homem a quem achava que<br />

estava ajudando, meu pai meteu os pés pelas<br />

mãos. Esse personagem aparece em Aquele Ano<br />

das Marmitas. Algumas pessoas que leram a peça<br />

comentaram que a figura lembra o Tartufo, <strong>de</strong><br />

Molière. Lembra, sim. Ele veio <strong>de</strong> lá, <strong>de</strong>ssa história<br />

familiar. É um ser do mal.<br />

Aquele homem foi se insinuando, instalou-se em<br />

nosso lar, na igreja, e meu pai passou a seguir<br />

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