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Naum Alves de Souza - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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Capítulo III<br />

Descoberta das Artes<br />

A arte entrou cedo em minha vida, por intermédio<br />

do cinema e da literatura – obras con<strong>de</strong>nsadas,<br />

Tesouro da Juventu<strong>de</strong>, revistas em quadrinhos,<br />

essas nada bem-vistas. Só não podíamos<br />

ver filmes aos domingos, mas em outros dias<br />

estávamos liberados. Às quartas, tínhamos certa<br />

dificulda<strong>de</strong>, havia na igreja cultos noturnos, não<br />

levados muito a sério, pois eram conduzidos por<br />

irmãos leigos. O cinema, para mim, foi fundamental.<br />

Meu avô materno era um homem muito<br />

curioso, bastante interessante. De profissão, era<br />

ferroviário. Fez carreira como chefe <strong>de</strong> estações<br />

<strong>de</strong> pequenas cida<strong>de</strong>s. Foi um homem <strong>de</strong> variados<br />

talentos – marceneiro, fabricava brinquedos,<br />

gostava <strong>de</strong> ilusionismo, caixas <strong>de</strong> segredos, e era<br />

apaixonado por cinema a ponto <strong>de</strong> ter assinatura<br />

da Cinearte, pioneira revista sobre filmes,<br />

que eu conheci. Ainda mantenho comigo alguns<br />

volumes enca<strong>de</strong>rnados por ele.<br />

Sem saber ler, muito pequeno, eu passava dias<br />

inteiros folheando aquelas revistas. Toda vez que<br />

íamos para Agudos passar férias, pedia para ver<br />

a Cinearte, edições com matérias ainda sobre o<br />

cinema mudo, <strong>de</strong> mil novecentos e vinte e pou-<br />

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