A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CAPÍTULO 2<br />
O DESENVOLVIMENTO DA ALIENAÇÃO E SEUS<br />
ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS.<br />
O capítulo 2 também está estruturado <strong>em</strong> duas partes. A primeira busca mostrar os<br />
conceitos de trabalho, a produção e consumo dentro <strong>da</strong> obra <strong>Marx</strong>ista. Tais conceitos são de<br />
fun<strong>da</strong>mental importância já que o autor utiliza estes como pilares para a construção do<br />
conceito de alienação. A segun<strong>da</strong> parte apresentará a formação <strong>da</strong> teoria <strong>da</strong> alienação segundo<br />
<strong>Marx</strong>. Já que tal formulação acontece especialmente nos Manuscritos Econômicos-<br />
filosóficos, será este o texto utilizado como base.<br />
2.1 O trabalho, a produção e o consumo<br />
Antes de se tratar os conceitos sobre a alienação, é importante ter-se uma visão <strong>da</strong>quilo<br />
que <strong>Marx</strong> entendia como o processo produtivo e sua principal força locomotora, o trabalho.<br />
Para tal, serão utiliza<strong>da</strong>s as obras Contribuição à Crítica <strong>da</strong> Economia Política e os<br />
Manuscritos econômicos- filosóficos.<br />
Na introdução <strong>da</strong> Contribuição à Crítica <strong>da</strong> Economia Política <strong>Marx</strong> faz uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong><br />
histórica do processo produtivo. O autor retoma Rousseau, Smith e Ricardo, para mostrar que<br />
a forma de produção descrita por estes autores como ponto de parti<strong>da</strong> - o caçador ou pescador<br />
particular – é uma simplificação muito grande, já que o indivíduo não é capaz de viver senão<br />
se relacionando com o grupo social <strong>em</strong> que está inserido. Tais simplificações pod<strong>em</strong> somente<br />
ser entendi<strong>da</strong>s se for<strong>em</strong> um ponto de parti<strong>da</strong>, uma abstração, para se entender o<br />
desenvolvimento histórico:<br />
Quanto mais r<strong>em</strong>ontamos na história, melhor aparece o individuo,<br />
e, portanto, também o individuo produtor, como dependente e<br />
fazendo parte de um todo mais amplo; <strong>em</strong> primeiro lugar de uma<br />
forma ain<strong>da</strong> muito mais natural, de uma família e de uma tribo,<br />
que é a família desenvolvi<strong>da</strong>; depois de uma comuni<strong>da</strong>de sob suas<br />
diferentes formas, resultado do antagonismo e <strong>da</strong> fusão <strong>da</strong> tribo. E<br />
somente ao chegar ao século 18 e na “socie<strong>da</strong>de burguesa” é que<br />
as diferentes formas <strong>da</strong>s relações sociais se ergu<strong>em</strong> diante do<br />
indivíduo como um simples meio para seus fins privados, como<br />
uma necessi<strong>da</strong>de exterior (MARX, 2008: 238-239).<br />
12