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A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

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As classes baixas passam a ser, então, fonte de lucro ain<strong>da</strong> maior quando passam a<br />

acreditar que pequenos luxos materiais são fontes de satisfação, são objetos de recompensa<br />

pelas más condições, pelos abusos sofridos. Assim, quando cria estas falsas necessi<strong>da</strong>des, a<br />

burguesia se apropria, por meio do consumo, de uma parte ain<strong>da</strong> maior do trabalho do<br />

assalariado. Aumenta seu lucro na proporção, que, como dito anteriormente, um salário que<br />

deveria suprir apenas as necessi<strong>da</strong>des básicas que permitiss<strong>em</strong> ao trabalhador produzir e<br />

manter sua família, agora deve ser capaz de comprar supérfluos. Desta forma o capitalista<br />

passa, de maneira torta, a suprir um papel <strong>em</strong> que o Estado se apresenta omisso e se preocupa<br />

com o trabalhador <strong>em</strong> seu t<strong>em</strong>po livre. No entanto, seu salário não acompanha estas novas<br />

necessi<strong>da</strong>des cria<strong>da</strong>s. Quanto maior for a necessi<strong>da</strong>de de produtos que ultrapass<strong>em</strong> aqueles<br />

para os quais seu salário foi predestinado, tanto mais pobre se tornará o trabalhador e maior<br />

será sua necessi<strong>da</strong>de de vender sua força de produção, fazendo com que seu preço diminua e<br />

tornando-o, proporcionalmente, ain<strong>da</strong> mais pobre. O trabalho, a produção e o consumo, assim<br />

se relacionam criando socialmente uma cadeia que levaria a uma maior exploração e ao<br />

<strong>em</strong>pobrecimento <strong>da</strong>s classes mais baixas.<br />

2.2. A gênese conceitual <strong>da</strong> alienação <strong>em</strong> <strong>Marx</strong>.<br />

Será objetivo deste momento mostrar o aparecimento e o desenvolvimento <strong>da</strong> teoria<br />

<strong>da</strong> alienação, tomando como base, principalmente, aquilo que foi tratado nos Manuscritos<br />

econômicos e filosóficos.<br />

Pode-se dizer que a alienação aprece primeiramente como um conceito puramente<br />

sociológico, sendo profun<strong>da</strong>mente baseado nas obras de Hegel e Feuerbach, como mostrado<br />

por VÁZQUEZ:<br />

O conceito de alienação t<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>, orig<strong>em</strong> hegeliana e<br />

feuerbachiana. Em Hegel, seu sujeito é o espírito; <strong>em</strong> Feuerbach,<br />

o hom<strong>em</strong>. Tanto num quanto no outro, a alienação é assunto<br />

espiritual e assume um caráter tão abstrato quanto seu sujeito. No<br />

entanto, é preciso não perder de vista que o referido conceito t<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> Hegel um conteúdo real, antropológico, <strong>em</strong>bora de forma<br />

mistifica<strong>da</strong> (VÁZQUEZ, 1968: 434).<br />

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