A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
só é acolhi<strong>da</strong> pelo público com um misto de medo e<br />
veneração, mas também anuncia<strong>da</strong> pelos próprios heróis<br />
filosóficos com a solene consciência de sua impetuosi<strong>da</strong>de<br />
revolucionária mundial e de sua brutali<strong>da</strong>de criminosa<br />
(MARX E ENGELS, 2005: 35).<br />
Em seus estudos <strong>em</strong> Berlim, <strong>Marx</strong> teve não só contato com Hegel, mas também com<br />
um grande seguidor deste estudioso, Bruno Bauer, professor de teologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de<br />
Berlim. O estudioso fazia forte crítica ao cristianismo o que levou ao desagrado tanto <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong>de <strong>em</strong> geral e de pessoas liga<strong>da</strong>s à instituição religiosa quanto dos velhos hegelianos.<br />
Deve-se atentar para o fato de que, na primeira metade do século XIX, a relação<br />
socie<strong>da</strong>de/Estado/ religião era mais estreita do que a encontra<strong>da</strong> na maioria <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des<br />
atuais, especialmente, se tomarmos como base os Estados laicos ocidentais. Tais críticas<br />
fizeram com que Bauer não só rompesse com a religião, mas também adotasse uma postura<br />
b<strong>em</strong> mais liberal que os hegelianos <strong>da</strong> época. “Essa ruptura, to<strong>da</strong>via, não levou Bauer ao<br />
materialismo. Sua crítica ao cristianismo estava fun<strong>da</strong><strong>da</strong> num racionalismo idealista que<br />
concebia a história como criação de uma “consciência universal” que avançava na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />
que é impulsiona<strong>da</strong> pela crítica filosófica” (NETTO In MARX, 2009: 16).<br />
Na Al<strong>em</strong>anha de Guilherme IV, aumentavam as perseguições aos seguidores de<br />
Hegel, principalmente os participantes do Clube dos Doutores, os jovens Hegelianos. Tal<br />
perseguição não freou Bauer: ao contrário, trouxe-lhe uma postura ain<strong>da</strong> mais radical que<br />
influenciou <strong>Marx</strong> ao escrever Para a questão ju<strong>da</strong>ica:<br />
Se os escritos de Bauer que <strong>Marx</strong> resenha criticamente <strong>em</strong> Para a<br />
questão ju<strong>da</strong>ica são uma expressão do radicalismo liberal que seu<br />
autor assumirá ente 1840 e 1842, e ao qual logo renunciará, a<br />
crítica de <strong>Marx</strong> revela o estágio de desenvolvimento de uma<br />
reflexão que ain<strong>da</strong> não está inteiramente defini<strong>da</strong>.<br />
O <strong>Marx</strong> que se aproxima de Bauer, <strong>em</strong> 1838 – 1839, é<br />
um jov<strong>em</strong> que acabara de redirecionar os seus interesses<br />
intelectuais: deixara o curso de Direito e dedicava-se ao de<br />
Filosofia. Ele participa do Clube dos Doutores e alinha-se com os<br />
jovens hegelianos numa incorporação de Hegel que na<strong>da</strong> concede<br />
à direita hegeliana (NETTO Apud MARX, 2009: 18-19).<br />
Não só o pensamento hegeliano pairava sobre os jovens estudiosos, outro autor,<br />
Ludwig Feuerbach, também teve forte influência no pensamento <strong>da</strong> época e, por<br />
conseqüência, <strong>em</strong> <strong>Marx</strong>. É com as teorias deste filósofo que <strong>Marx</strong> quer desenvolver a idéia do<br />
idealismo de Hegel:<br />
4