19.04.2013 Views

A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Esta desregulamentação permitiu a constituição de instituições que, apesar de<br />

des<strong>em</strong>penhar<strong>em</strong> papeis similares aos dos bancos, não faz<strong>em</strong> parte deste grupo e, portanto, não<br />

estariam sujeitos às mesmas regulações. Forma-se, assim, um “sist<strong>em</strong>a bancário paralelo” ou<br />

“sist<strong>em</strong>a bancário sombra” (KRUGMAN, 2008:168). Um ex<strong>em</strong>plo disso é a ARS<br />

(“auctionrate security”), cria<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1984 pelo Lehman Brothers e que teve seu fim na última<br />

crise financeira mundial, <strong>em</strong> 2008. A ARS oferecia investimentos de longo prazo (até 30<br />

anos), com as melhores taxas de juros do mercado. No entanto, para <strong>da</strong>r aparente liquidez ao<br />

negócio, a instituição realizava leilões freqüent<strong>em</strong>ente, para os que desejass<strong>em</strong> sair pagass<strong>em</strong><br />

seu dinheiro e foss<strong>em</strong> substituídos por novos participantes. Um banco, no entanto, deve<br />

garantir a liquidez de seus correntistas. Já a ASV não precisava seguir a mesma<br />

regulamentação e, <strong>em</strong> 2008, quando seus leilões fracassaram, os investidores se viram presos<br />

à instituição, s<strong>em</strong> poder<strong>em</strong> reaver seu dinheiro (KRUGMAN, 2008, 167-168). Vê-se,<br />

portanto, que a partir dos anos 80, com a criação de instituições como a ASV estavam de pé<br />

os três alicerces que, como apontado por Chesnais (2005:46), são necessários para a<br />

mundialização financeira: a desregulamentação (diminuição <strong>da</strong>s regras impostas às<br />

instituições financeiras), descompartimentalização (integração dos mercados financeiros<br />

internacionais) e desintermediação (permissão para que instituições não bancárias atu<strong>em</strong><br />

como bancos <strong>em</strong>itindo <strong>em</strong>préstimos). O autor aponta, no entanto que,<br />

27<br />

apesar dessa liberalização e desregulamentação, os sist<strong>em</strong>as<br />

financeiros nacionais não foram eliminados. Eles apenas foram<br />

integrados, de forma imperfeita ou incompleta, num todo (o<br />

espaço financeiro mundial) que se apresenta com três<br />

peculiari<strong>da</strong>des: é fort<strong>em</strong>ente hierarquizado (com o sist<strong>em</strong>a<br />

financeiro dos Estados Unidos na dominância); carece de<br />

instâncias de supervisão e controle; e, sua uni<strong>da</strong>de é assegura<strong>da</strong><br />

pelos operadores financeiros (e não pela tecnologia, como<br />

acreditam alguns) (GARRAGORY, 2007: 43).<br />

O sist<strong>em</strong>a é, portanto, controlado por aqueles que se encontram no centro deste<br />

mercado. “São os operadores que delimitam os traços <strong>da</strong> mundialização financeira e que<br />

decid<strong>em</strong> quais os agentes econômicos, de quais países e para quais tipos de transação, que<br />

participarão desta.” (CHESNAIS, Apud GARRAGORY, 2007: 43).<br />

Após os bônus de dívi<strong>da</strong>s públicas e dos fundos de pensão, é apenas na segun<strong>da</strong><br />

metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980 que o mercado de ações passa a atuar como um ator de relevância<br />

no mercado financeiro mundializado. Fortalece-se, assim, o mercado secundário, ou de<br />

derivativos, no qual o devedor passa a já não mais saber à que deve e, para aqueles que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!