A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
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possu<strong>em</strong> os direitos de sua dívi<strong>da</strong>, pouco importa conhecer a fundo aquele que lhes deve,<br />
importando unicamente a garantia de seus ganhos.<br />
A partir dos anos 90, vê-se a intensificação <strong>da</strong>s idéias neoliberais, o que FIORI (apud<br />
GARRAGORY, 2007: 49) aponta como “a hora <strong>em</strong> que se universaliza a evolução neoliberal,<br />
promovendo por todos os lados a desregulação e a abertura <strong>da</strong>s economias nacionais<br />
permitindo que a globalização financeira alcance uma dimensão territorial s<strong>em</strong> precedentes,<br />
mesmo quando não inclua a maior parte dos estados nacionais.” É neste momento que os<br />
mercados financeiros “<strong>em</strong>ergentes” passam a integrar definitivamente o mercado financeiro<br />
mundial. No entanto, “a integração no regime de mundialização financeira “incompleta e<br />
imperfeita”, de países cujos sist<strong>em</strong>as antes estavam fechados e cujos dirigentes são ao mesmo<br />
t<strong>em</strong>po pouco instruídos nas sutilezas <strong>da</strong> finança de mercado e hábeis nos métodos <strong>da</strong><br />
corrupção política, teve como resultado a criação de sist<strong>em</strong>as financeiros muito frágeis”<br />
(CHESNAIS, 2005: 47).<br />
A mundialização financeira trouxe, portanto, uma grande alteração na relação com o<br />
capital, o trabalho e, principalmente, a produção. Neste contexto, o investidor que antes<br />
criaria seu lucro multiplicando seu capital através <strong>da</strong> produção, passa a avaliar o custo<br />
beneficio desta opção. O mercado de capitais <strong>em</strong> que “o juro impulsiona o seu proprietário,<br />
quer dormindo ou <strong>em</strong> vigília, seja <strong>em</strong> sua casa ou <strong>em</strong> viag<strong>em</strong>, de dia ou de noite” (MARX,<br />
Apud CHESNAIS, 2005: 50), torna-se uma opção melhor para o investidor, que, mesmo <strong>em</strong><br />
operações mais arrisca<strong>da</strong>s, fica-se livre dos diversos probl<strong>em</strong>as que se pode ter para<br />
multiplicar o capital produtivo. O capitalista fica, então, distante <strong>da</strong> produção.<br />
Em uma <strong>em</strong>presa de capital aberto, seus acionistas não conhec<strong>em</strong> o cotidiano desta.<br />
Não sab<strong>em</strong>, e tampouco se interessam, pelo processo produtivo, pelos probl<strong>em</strong>as internos <strong>da</strong><br />
Cia. Os acionistas acompanham a <strong>em</strong>presa unicamente por variações de suas ações no<br />
mercado mas, no entanto, exig<strong>em</strong> que tal <strong>em</strong>presa se comprometa integralmente com seus<br />
ganhos. De acordo com Chesnais, portanto,<br />
o investimento (que) é a variável determinante do crescimento<br />
no longo prazo, no setor privado, é financiado pelos lucros<br />
retidos. A taxa de lucro necessária para a realização <strong>da</strong>s normas<br />
do “valor por acionista” conduz à rejeição de todos os projetos<br />
de investimento que não garantirão a taxa exigi<strong>da</strong> (CHESNAIS,<br />
2005:58).<br />
No século XX o mundo experimentou uma grande alteração <strong>em</strong> sua dinâmica<br />
capitalista. A financeirização do ganho tirou <strong>da</strong> produção o papel de protagonista do sist<strong>em</strong>a,<br />
assim, todo o investimento que antes seria direcionado para a produção agora vê mais ganhos<br />
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