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A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

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necessi<strong>da</strong>de. O hom<strong>em</strong> regressa à moradia nas cavernas, mas<br />

agora se encontra intoxica<strong>da</strong> pela exalação maléfica <strong>da</strong><br />

civilização. O trabalhador t<strong>em</strong> apenas o direito precário a nela<br />

morar, porque se tornou um poder estranho, que se lhe diminui<br />

todos os dias, do qual pode ser desalojado, se não pagar ren<strong>da</strong>.<br />

T<strong>em</strong> de pagar este c<strong>em</strong>itério (MARX, 2006: 150).<br />

O trabalho, neste contexto, não é mais um meio de suprir necessi<strong>da</strong>des, mas uma<br />

forma de ganhar dinheiro para consumir o trabalho de outro (também já apropriado pelo<br />

capitalista). O hom<strong>em</strong> é, então, estranho àquilo que produz.<br />

Falamos anteriormente que o hom<strong>em</strong> regressa à moradia nas<br />

cavernas, mas de modo alienado o <strong>da</strong>noso. O selvag<strong>em</strong> na sua<br />

caverna – el<strong>em</strong>ento natural que lhe é oferecido livr<strong>em</strong>ente para<br />

uso e proteção – não se sente como estranho; pelo contrario,<br />

sente-se tão b<strong>em</strong> nela como o peixe na água. Mas a habitação <strong>em</strong><br />

caves dos pobres é uma habitação hostil, “um poder estranho,<br />

constringente, que só lhes rende <strong>em</strong> troca de sangue e suor”. Não<br />

a pod<strong>em</strong> considerar como sua casa (...). Sent<strong>em</strong>-se antes na casa<br />

de outra pessoa, na casa de um estranho, que todos os dias se<br />

encontra à espreita e o expulsa, se não pagar a ren<strong>da</strong>. São<br />

igualmente conscientes do contraste que existe entre sua<br />

habitação e uma habitação humana, sita no outro mundo, no céu<br />

<strong>da</strong> riqueza.<br />

A alienação não se revela apenas no fato de que meus<br />

meios de vi<strong>da</strong> pertenc<strong>em</strong> a outro, de que meus desejos são a<br />

posse inatingível de outro, mas de que tudo é algo diferente de si<br />

mesmo, de que a minha ativi<strong>da</strong>de é qualquer outra coisa e que,<br />

por fim – e também o caso para o capitalista –, um poder inumano<br />

impera sobre tudo (MARX, 2006: 157).<br />

Vê-se, portanto, que a alienação não é apenas a dissociação entre produto e produtor,<br />

mas sim <strong>em</strong> todo o processo produtivo. Segundo <strong>Marx</strong>:<br />

O produto constitui apenas resumo <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> produção. Em<br />

conseqüência disso, se o produto do trabalho é a alienação, a<br />

produção <strong>em</strong> si t<strong>em</strong> a ser a alienação ativa – a alienação <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong>de e a ativi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> alienação. Na alienação do objeto do<br />

trabalho, resume-se apenas a alienação na própria ativi<strong>da</strong>de do<br />

trabalho (MARX, 2006: 114).<br />

Assim, o trabalho não é mais algo natural do trabalhador. O hom<strong>em</strong> assim como é um<br />

ser naturalmente social, é também um ser ativo por natureza. No entanto, <strong>em</strong> um contexto que<br />

sua ativi<strong>da</strong>de é fonte de desgosto ela se torna objeto de aversão. Enquanto, <strong>em</strong> sua essência, o<br />

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