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A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

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<strong>Marx</strong> critica fort<strong>em</strong>ente como se <strong>da</strong>vam as relações de produção à época, quando o<br />

trabalho se torna um objeto passível de aquisição. Quando existe tal precedente, ou seja,<br />

quando é possível vender o trabalho <strong>em</strong> si e não o fruto do trabalho, a exploração vira um<br />

caminho rentável para aqueles que possu<strong>em</strong> os meios de produção obter<strong>em</strong> ain<strong>da</strong> mais lucro.<br />

Sendo assim, o trabalhador t<strong>em</strong> que trabalhar ca<strong>da</strong> vez mais para possuir o que, originalmente,<br />

na<strong>da</strong> mais seria do que produto seu próprio esforço produtivo, e por conseqüência, sua<br />

proprie<strong>da</strong>de legítima.<br />

O trabalho se torna proprietário do hom<strong>em</strong> e este deixa de se enxergar <strong>em</strong> si para se<br />

ver naquilo que produz. Porém, se aquilo que é por ele produzido não mais lhe pertence, o<br />

hom<strong>em</strong> passa a se ver <strong>em</strong> algo que é de outr<strong>em</strong>, assim o hom<strong>em</strong> deixa de ser proprietário de si<br />

para se tornar uma ferramenta <strong>da</strong>quele que o explora e, portanto, o possui. Quanto mais o<br />

hom<strong>em</strong> trabalha aliena<strong>da</strong>mente, mais distante fica de sua essência e mais materialmente pobre<br />

se torna.<br />

Pode-se, ain<strong>da</strong>, seguir esta visão compl<strong>em</strong>entando aquilo que foi dito anteriormente no<br />

capítulo 2.1, sobre o consumo. Se a necessi<strong>da</strong>de de consumir não é totalmente natural do<br />

hom<strong>em</strong>, se aqueles que produz<strong>em</strong> necessitam implantar na socie<strong>da</strong>de a necessi<strong>da</strong>de de<br />

produtos que vão além do necessário para suprir aquilo que é natural, <strong>da</strong> mesma maneira, a<br />

forma como se dá o consumo é uma maneira de alienação. Nas socie<strong>da</strong>des primitivas (como,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, uma comuni<strong>da</strong>de indígena), o hom<strong>em</strong> consume aquilo que planta ou caça, mora<br />

naquilo que construiu com suas próprias mãos, ou seja, o consumo e imediato ao trabalho.<br />

Nestas socie<strong>da</strong>des o hom<strong>em</strong> é realmente dono do produto de sua força de trabalho.<br />

Nas socie<strong>da</strong>des modernas, aquilo que é consumido não t<strong>em</strong>, geralmente, <strong>em</strong> seu<br />

processo produtivo, a participação de seu consumidor. O indivíduo passa a consumir algo que<br />

não t<strong>em</strong> relação com sua produção. Sendo assim, consome algo que pertence a outr<strong>em</strong> e é,<br />

portanto, constant<strong>em</strong>ente ameaçado de ficar s<strong>em</strong> a possibili<strong>da</strong>de deste consumo. Se <strong>em</strong> uma<br />

socie<strong>da</strong>de primitiva a satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des v<strong>em</strong> do esforço próprio, na socie<strong>da</strong>de<br />

burguesa, o simples fato de vender sua força produtiva não garante a satisfação de to<strong>da</strong>s as<br />

necessi<strong>da</strong>des, não garante o consumo.<br />

Em parte, esta alienação descobre-se pelo motivo de o<br />

refinamento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des e dos meios para as satisfazer<br />

causar, como recompensa, uma aversão rude; ou melhor, no fato<br />

de apenas se reproduzir a si mesma <strong>em</strong> sentido oposto. Para o<br />

trabalhador até mesmo a necessi<strong>da</strong>de de ar puro deixa de ser<br />

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