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A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

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– com o comunismo – esse divórcio; então, a existência não será<br />

sua negação, mas sim sua realização (VÁZQUEZ, 1968: 417).<br />

Assim, o hom<strong>em</strong> real para <strong>Marx</strong> é um hom<strong>em</strong> longe de sua essência. Era um hom<strong>em</strong><br />

que <strong>em</strong> vez de ter uma relação positiva com aquilo que produz, isso se opõe de tal maneira<br />

que a produção é fruto <strong>da</strong> destruição deste hom<strong>em</strong> frente a ele mesmo e à socie<strong>da</strong>de que o<br />

acolhe. Como mostrado pelo próprio <strong>Marx</strong>:<br />

O trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais riqueza<br />

produz, quanto mais a sua produção aumenta <strong>em</strong> poder e<br />

extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria tanto mais<br />

barata, quanto maior número de bens produz. Com a valorização<br />

do mundo <strong>da</strong>s coisas, aumenta <strong>em</strong> proporção direta a<br />

desvalorização do mundo dos homens. O trabalho não produz<br />

apenas mercadorias; produz-se também a si mesmo e ao<br />

trabalhador como uma mercadoria, e justamente na mesma<br />

proporção com que produz bens. (...) A alienação do trabalhador<br />

no seu produto significa não só que o trabalho se transforma <strong>em</strong><br />

objeto, assume uma existência externa, mas que existe<br />

independent<strong>em</strong>ente, fora dele e a ele estranho, e se torna um<br />

poder autônomo <strong>em</strong> oposição a ele; que a vi<strong>da</strong> que deu ao objeto<br />

se torna uma força hostil e antagônica (MARX, 2006: 111-112).<br />

Nota-se, portanto, que <strong>Marx</strong> não dissociava a força produtiva <strong>da</strong> essência humana,<br />

pelo contrário, o hom<strong>em</strong> para satisfazer suas necessi<strong>da</strong>des originais criou um sist<strong>em</strong>a<br />

complexo envolvendo sua ativi<strong>da</strong>de de produção. E nos Manuscritos econômicos e<br />

filosóficos, <strong>Marx</strong> parte destas necessi<strong>da</strong>des básicas do ser humano para desenvolver uma<br />

crítica ao desenvolvimento deste processo, resultando nas socie<strong>da</strong>des modernas, como<br />

mostrado por MÉSZÁROS:<br />

Nesta obra o ponto de parti<strong>da</strong> ontológico de <strong>Marx</strong> é o fato autoevidente<br />

de que o hom<strong>em</strong> parte específica <strong>da</strong> natureza (isto é, um<br />

ser com necessi<strong>da</strong>des físicas historicamente anteriores a to<strong>da</strong>s as<br />

outras), precisa produzir a fim de se manter, a fim de satisfazer<br />

essas necessi<strong>da</strong>des. Contudo, ele só pode satisfazer essas<br />

necessi<strong>da</strong>des primitivas criando necessariamente, no curso de sua<br />

satisfação por meio <strong>da</strong> sua ativi<strong>da</strong>de produtiva, um complexa<br />

hierarquia de necessi<strong>da</strong>des não- físicas, que se torn<strong>em</strong> assim<br />

condições igualmente necessárias à satisfação de suas<br />

necessi<strong>da</strong>des físicas originais (MÉSZÁROS, 2006: 79).<br />

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