A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap
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Na reali<strong>da</strong>de, pode-se dizer que é a partir dos anos 1960 que se vê surgir o impulso<br />
final para que o mercado financeiro tomasse a ponta <strong>da</strong>s relações econômicas e conseguisse<br />
alcançar a importância que t<strong>em</strong> nos dias atuais. A criação do mercado de Eurodolares na “the<br />
city”, <strong>em</strong> Londres, permitindo operar o capital financeiro e a “bancarização” <strong>da</strong> população,<br />
que aumentou o capital disponível nos bancos, fez com que os investidores pudess<strong>em</strong> ter ca<strong>da</strong><br />
vez mais lucros no mercado financeiro (CHESNAIS, 2005: 37-38). Segue- se a isso uma crise<br />
de produção na metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 70. O capital que era antes investido no mercado<br />
produtivo, e que possibilitava altos ganhos, já não era tão eficiente. Visando manter seus<br />
ganhos, ou até ampliá-los, os capitalistas se voltaram definitivamente para o mercado<br />
financeiro. Boyer explica:<br />
Embora ela tenha começado a se manifestar <strong>em</strong> fins <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de<br />
60, a mundialização financeira não pode ser compreendi<strong>da</strong> fora<br />
do que os regulacionistas chamam de “crise do modo de<br />
regulação fordista” (BOYER, Apud CHESNAIS, 1999:17) e o<br />
que os marxistas descrev<strong>em</strong> como ressurgimento, num contexto<br />
determinado, de contradições clássicas do modo de produção<br />
capitalista mundial, que haviam sido abafa<strong>da</strong>s entre 1950 e a<br />
recessão de 1974. A gra<strong>da</strong>tiva reconstituição de uma massa de<br />
capitais procurando valorizar-se de forma financeira, como capital<br />
de <strong>em</strong>préstimos, só pode ser compreendi<strong>da</strong>s levando <strong>em</strong> conta as<br />
crescentes dificul<strong>da</strong>des de valorização do capital investido na<br />
produção (CHESNAIS, op.cit).<br />
Conforme apontado por Chesnais (2005), a primeira forma de ganho nesta esfera<br />
financeira foi sob a forma de <strong>em</strong>préstimos, especialmente para financiar déficits<br />
orçamentários. Este ganho, no entanto, só foi possível graças à desregulamentação vista com<br />
o fim do acordo de Bretton Woods, <strong>em</strong> 1971, e <strong>da</strong>s políticas de abertura do início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />
de 1980, que permitiram que títulos públicos foss<strong>em</strong> negociados no mercado internacional.<br />
Apesar de parte deste capital ter sido transferido para os países <strong>em</strong> desenvolvimento, o que<br />
mais atraia os investidores era a segurança dos papeis <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> dos países mais ricos.<br />
Seguindo os títulos <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>, “os fundos de pensão constitu<strong>em</strong> um dos principais atores do<br />
capital financeiro que retornou soberano nos anos 1980, integrando um dos ramos dos<br />
chamados investidores institucionais, estes últimos são formados pelos fundos de pensão,<br />
fundos coletivos de aplicação, seguradoras e bancos que administraram socie<strong>da</strong>des de<br />
investimento” (LEITE, 2010: 201).<br />
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