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A Teoria da Alienação em Marx e o - Faap

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34<br />

trabalho assume. Mas os novos agentes que des<strong>em</strong>penham um<br />

papel ca<strong>da</strong> vez mais decisivo na produção, operários <strong>da</strong>s<br />

indústrias “de ponta”, mentores mais do que executores,<br />

técnicos, desenhistas, quadros, engenheiros etc. continuam a ser<br />

destituídos do poder de decisão e do essencial dos benefícios de<br />

seu trabalho pela organização capitalista de produção. Ocupam<br />

assim, no que se refere ao antagonismo de classes, uma posição<br />

análoga àquela do antigo proletariado (...) (CASTEL, 2009:<br />

458).<br />

Portanto, nesta nova formulação do capitalismo produtivo integrado ao capital<br />

financeiro, a exploração não está mais vincula<strong>da</strong> única e exclusivamente às classes que<br />

des<strong>em</strong>penham serviços manuais. O número de funcionários que estão no “chão de fábrica”<br />

diminuiu significativamente, <strong>da</strong>ndo lugar para funcionários que atuam, como dito por Castel,<br />

como “mentores mais do que executores”, estes passam a formar uma classe com melhores<br />

condições de vi<strong>da</strong>, mais acesso ao consumo e ao lazer. No entanto, “a “adição” de novas<br />

cama<strong>da</strong>s salariais acima do salário operário não “suprimiu” to<strong>da</strong>s as características que faziam<br />

dele o modelo do salariado alienado” (CASTEL, 2009: 474) Assim, na socie<strong>da</strong>de<br />

cont<strong>em</strong>porânea, o processo de mais-valia atua sobre as mais diversas classes de assalariados,<br />

mesmo aqueles que não são responsáveis diretos pela produção.<br />

3.3 O aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> alienação na dominância do capital financeiro.<br />

O mundo dominado pelo capital financeiro apresenta uma relação de poder distinta<br />

<strong>da</strong>quela estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por K. <strong>Marx</strong>. Conforme visto nos tópicos anteriores, o capital produtivo já<br />

não é mais o determinante <strong>da</strong>s relações de produção, sendo substituído pelo capital financeiro.<br />

Desta maneira, o trabalhador super-explorado <strong>da</strong>s linhas de montag<strong>em</strong>, que trabalha até o<br />

limite de suas forças físicas <strong>em</strong> troca do necessário para sobreviver, já não é mais tão presente<br />

na socie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s últimas três déca<strong>da</strong>s. Altera-se, assim, o perfil do trabalhador:<br />

Paralelamente à redução quantitativa do operário industrial<br />

tradicional dá-se uma alteração qualitativa na forma de ser do<br />

trabalho, que de um lado impulsiona para uma maior<br />

qualificação do trabalho e, de outro, para uma maior<br />

desqualificação (ANTUNES, 2003: 55).<br />

Nesta passag<strong>em</strong>, Antunes faz referência a duas <strong>da</strong>s principais características do<br />

trabalho cont<strong>em</strong>porâneo. A primeira delas, a maior qualificação do trabalho, está relaciona<strong>da</strong><br />

à “substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto” (id<strong>em</strong>:55). Assim não há mais a<br />

necessi<strong>da</strong>de do trabalhador braçal, a força humana é substituí<strong>da</strong> pela força mecânica, abrindo

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