Junior, José Placido da Silva. - Universidade Federal de Pernambuco
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O estado <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> possui uma área total <strong>de</strong> 98.331,616 km² e é composto por<br />
185 municípios, perfazendo um total <strong>de</strong> 8.485.386 habitantes (Fonte: IBGE/2007). Sua<br />
participação no PIB (Produto Interno Bruto) <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>ste é <strong>de</strong> 18%, ficando atrás<br />
apenas <strong>da</strong> Bahia, com 32% (Fonte: IBGE/2005).<br />
É neste estado, subdividido em cinco Mesorregiões (do Sertão Pernambucano, do São<br />
Francisco Pernambucano, do Agreste Pernambucano, <strong>da</strong> Mata Pernambucana e Metropolitana<br />
do Recife) que se tem uma <strong>da</strong>s maiores tradições <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar no país. Tal<br />
produção remonta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período colonial, tendo sido este Estado, inclusive, o maior<br />
produtor nacional até a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950.<br />
A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> canavieira se concentrou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período colonial, no Litoral, próximo<br />
dos locais <strong>de</strong> exportação do açúcar, principal produto <strong>da</strong> colônia <strong>da</strong> época. Em função do<br />
processo <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do processo <strong>de</strong> urbanização <strong>da</strong> Região Litorânea, a<br />
produção <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar foi se afastando <strong>da</strong>s áreas mais próximas <strong>da</strong> metrópole<br />
pernambucana e se mostra <strong>de</strong> forma marcante na Mesorregião <strong>da</strong> Mata Pernambucana, que<br />
possui hoje um total <strong>de</strong> 43 municípios. Esta Mesorregião, palco do nosso estudo, é<br />
subdividi<strong>da</strong> em três microrregiões: a <strong>da</strong> Mata Setentrional, Meridional e <strong>de</strong> Vitória <strong>de</strong> Santo<br />
Antão (Atlas escolas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>: Espaço geo-histórico e cultural), que juntas fazem<br />
limites com a Mesorregião Metropolitana do Recife a Leste e com a Mesorregião do Agreste a<br />
Oeste.<br />
É nessa faixa <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata, que possui eleva<strong>da</strong>s taxas pluviométricas anuais, que<br />
se encontra a Mata Atlântica. Este bioma foi inclusive o responsável pela <strong>de</strong>nominação<br />
“Mata” <strong>da</strong> Região. No entanto, essa vegetação original foi substituí<strong>da</strong> pela cana-<strong>de</strong>-açúcar,<br />
nos processos <strong>de</strong> introdução e expansão <strong>de</strong>ste monocultivo, a fim <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
dos mercados interno e externo.<br />
Ain<strong>da</strong> no tocante ao panorama regional <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata, Andra<strong>de</strong> afirma que essa<br />
região é quase to<strong>da</strong> localiza<strong>da</strong>:<br />
[...] entre o planalto <strong>da</strong> Borborema e o Oceano Atlântico, e os tabuleiros ficam<br />
ilhados em porções <strong>da</strong> “formação barreiras” que se esten<strong>de</strong> a pouca distância do<br />
litoral, entre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Goiana e Recife. Ao Sul do Estado, quando a encosta <strong>da</strong><br />
Borborema se apresenta com direção aproxima<strong>da</strong>mente Nor<strong>de</strong>ste – Sudoeste, a mata<br />
é exuberante e sobe as encostas até a atitu<strong>de</strong> mais eleva<strong>da</strong>s. Só naqueles pontos em<br />
que a encosta se acha resguar<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> influência dos ventos alísios, como ocorre em<br />
Limoeiro, é que os papéis são invertidos: lugar <strong>de</strong> a mata subir a encosta, é a<br />
caatinga que <strong>de</strong>sce até às chãs e colinas situa<strong>da</strong>s ao pé <strong>da</strong> Borborema (ANDRADE,<br />
2005. P.39).<br />
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