Junior, José Placido da Silva. - Universidade Federal de Pernambuco
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e segregados, amargam nas periferias <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s uma profun<strong>da</strong> injustiça social fruto do<br />
mo<strong>de</strong>lo implantado nesta Região e que muitas vezes têm condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> tão precárias<br />
quanto os escravos na época colonial.<br />
A concentração <strong>de</strong> terra continua expropriando os trabalhadores agrícolas do principal<br />
meio <strong>de</strong> produção e vi<strong>da</strong> – a terra. Estes trabalhadores que até o fim do século XIX residiam<br />
nos limites dos engenhos foram sendo expulsos para os centros urbanos mais próximos com a<br />
instalação <strong>da</strong>s usinas. O avanço tecnológico no beneficiamento <strong>da</strong> produção <strong>da</strong> cana passou a<br />
<strong>de</strong>man<strong>da</strong>r mais espaço para esta cultura. Para este fim não só expulsou os trabalhadores dos<br />
limites e <strong>da</strong> tutela dos Senhores <strong>de</strong> Engenho, como também, expandiu a sua fronteira agrícola<br />
para as áreas <strong>de</strong> remanescentes <strong>de</strong> Mata Atlântica e os manguezais, atingindo as populações<br />
que ocupavam tradicionalmente aqueles espaços.<br />
Observa-se no quadro regional que a concentração <strong>de</strong> terra e ren<strong>da</strong>, exploração<br />
extensiva e intensiva <strong>da</strong> agricultura canavieira, domínio <strong>de</strong> todo o processo produtivo por<br />
parte do setor empresarial e a presença marcante do latifúndio, levou os municípios <strong>de</strong>ssa<br />
Região a uma enorme <strong>de</strong>pendência econômica <strong>de</strong>sse setor.<br />
Para tornar mais evi<strong>de</strong>nte essa <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> economia <strong>da</strong> região à cana, que eleva o<br />
grau <strong>de</strong> empobrecimento dos que vivem na Zona <strong>da</strong> Mata, observemos no gráfico acima, a<br />
produção <strong>de</strong> lavouras temporárias produzi<strong>da</strong> na Zona <strong>da</strong> Mata <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> e na Região<br />
Metropolitana, referente a área planta<strong>da</strong>, em hectares, em 2009, com base nos <strong>da</strong>dos do IBGE.<br />
Batata-doce<br />
0,116%<br />
Mandioca<br />
2,661%<br />
Fava<br />
0,048%<br />
Feijão<br />
0,808%<br />
Melancia<br />
0,004%<br />
Milho<br />
0,951%<br />
Abacaxi<br />
0,130%<br />
Tomate<br />
0,002%<br />
Cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />
95,280%<br />
Gráfico 01: Produção <strong>de</strong> lavouras temporárias na Zona <strong>da</strong> Mata – PE<br />
Fonte: IBGE – 2009.<br />
Abacaxi<br />
Cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />
Mandioca<br />
Batata-doce<br />
Essas lavouras temporárias são referentes à produção agrícola, municipal,<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s pelo IBGE nos municípios <strong>de</strong>sta região. Somando to<strong>da</strong> a área planta<strong>da</strong>, em<br />
Fava<br />
Feijão<br />
Melancia<br />
Milho<br />
Tomate