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Junior, José Placido da Silva. - Universidade Federal de Pernambuco

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42<br />

1.3.1 Assentamentos <strong>de</strong> reforma agrária: as “novas ilhas <strong>de</strong> resistência”, territórios em<br />

construção.<br />

Durante as déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1990 e a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 2000 os movimentos sociais do campo<br />

contribuíram no sentido <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r na organização dos trabalhadores para reivindicar a reforma<br />

agrária. Com um quadro <strong>de</strong> expropriação <strong>da</strong>s terras dos camponeses, <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, <strong>de</strong><br />

fechamento <strong>de</strong> usinas, os <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> trabalhadoras tiveram que pensar e agir,<br />

sempre primeiro que o Estado, em soluções estruturais que viessem respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios<br />

apresentados na Região (SILVA JUNIOR, 2001).<br />

As principais lutas dos trabalhadores foram no sentido <strong>de</strong> exigir do Estado uma<br />

reforma agrária que aten<strong>de</strong>sse às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s dos camponeses sem terras e possibilitasse uma<br />

mu<strong>da</strong>nça estrutural na Zona <strong>da</strong> Mata pernambucana (ANDRADE, 1996). O gráfico, abaixo,<br />

<strong>da</strong>s ocupações <strong>de</strong> terra em <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>monstra essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Número <strong>de</strong> ocupações<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

1988<br />

1989<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

Ano<br />

1999<br />

Gráfico 02 : Ocupações <strong>de</strong> terra em <strong>Pernambuco</strong>: período 1988 - 2008<br />

Elaboração: Plácido <strong>Junior</strong>. Fonte: CPT<br />

Observa-se que no período compreendido entre 1991 até 2000, há uma concentração<br />

crescente <strong>de</strong> ocupações <strong>de</strong> terra por parte dos movimentos sociais do campo na Zona <strong>da</strong> Mata<br />

<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. São bastante significativas as ocupações nesta Região em relação ao Estado.<br />

É justamente na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990 que ocorre a menciona<strong>da</strong> “crise” no setor sucroalcooleiro,<br />

ocasionando o fechamento <strong>de</strong> usinas e a transferência <strong>de</strong> outras para outros Estados do Brasil.<br />

É nesse período que ocorre o maior número <strong>de</strong> ocupações <strong>de</strong> terra na Região. Sem aten<strong>de</strong>r às<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s dos camponeses e <strong>da</strong>s camponesas, o Estado, através do Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Colonização e Reforma Agrária - INCRA fez <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata pernambucana uma <strong>da</strong>s áreas<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

<strong>Pernambuco</strong><br />

Zona <strong>da</strong> Mata

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