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A Meditação da Plena Atenção - Sociedade Budista do Brasil

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espiração, ou pode estar atento à distração. Pode estar atento ao<br />

fato de a sua mente estar quieta e sua concentração ser forte, ou<br />

pode estar atento ao fato de a sua concentração estar em farrapos e<br />

sua mente estar numa absoluta bagunça. Tu<strong>do</strong> é plena atenção. Apenas<br />

mantenha a plena atenção e a concentração a seguirá.<br />

O propósito <strong>da</strong> meditação não é concentrar-se na respiração,<br />

sem interrupção, para sempre. Isto em si mesmo seria uma meta<br />

inútil. O propósito <strong>da</strong> meditação não é alcançar uma mente perfeitamente<br />

quieta e serena. Embora este seja um esta<strong>do</strong> deleitoso, ele<br />

não conduz à liberação por si mesmo. O propósito <strong>da</strong> meditação é<br />

alcançar a plena atenção ininterrupta. <strong>Plena</strong> atenção, apenas plena<br />

atenção produz Iluminação.<br />

Distrações aparecem de to<strong>do</strong>s os tipos, formas e gostos. A<br />

filosofia budista as organizou em categorias. Uma delas é a categoria<br />

<strong>do</strong>s impedimentos. São chama<strong>da</strong>s de impedimentos porque bloqueiam<br />

o desenvolvimento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is componentes <strong>da</strong> meditação, a<br />

plena atenção e a concentração. Cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com este termo: A palavra<br />

"impedimentos" leva consigo uma conotação negativa, e de fato são<br />

esta<strong>do</strong>s mentais que queremos erradicar. Entretanto, isto não quer<br />

dizer que devam ser reprimi<strong>do</strong>s, evita<strong>do</strong>s ou condena<strong>do</strong>s.<br />

Usemos a cobiça como exemplo. Queremos evitar o prolongamento<br />

de qualquer esta<strong>do</strong> de cobiça que surge, porque a continuação<br />

<strong>da</strong>quele esta<strong>do</strong> nos conduz à escravidão e ao sofrimento. Isto não<br />

significa que quan<strong>do</strong> ele aparecer, tentemos jogá-lo para fora <strong>da</strong><br />

mente. Apenas nos recusamos a encorajá-lo a ficar. Deixamo-lo<br />

aparecer e deixamo-lo ir embora. Quan<strong>do</strong> a cobiça é observa<strong>da</strong> em<br />

seu início com pura atenção, não é feito nenhum julgamento de valor.<br />

Apenas recuamos e observamos seu aparecimento. A dinâmica global<br />

<strong>da</strong> cobiça, de seu inicio ao fim, é simplesmente observa<strong>da</strong> dessa maneira.<br />

Não a aju<strong>da</strong>mos, sustentamos ou interferimos nem <strong>da</strong> forma<br />

mais leve. Ela ficará o tempo que ficar. E aprendemos o máximo<br />

possível com ela enquanto estiver lá. Observamos o que a cobiça faz.<br />

Observamos os problemas que ela nos causa e como ela atrapalha os<br />

outros. Vemos como ela nos mantém perpetuamente insatisfeitos,<br />

sempre em um esta<strong>do</strong> de desejos não realiza<strong>do</strong>s. A partir desta experiência<br />

de primeira mão, nos certificamos de maneira visceral que a<br />

cobiça é uma maneira não-habili<strong>do</strong>sa de conduzir a vi<strong>da</strong>. Não há na<strong>da</strong><br />

teórico sobre esta descoberta.<br />

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