A Meditação da Plena Atenção - Sociedade Budista do Brasil
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mun<strong>do</strong>? E claro que quan<strong>do</strong> você envia amizade amorosa a pessoas<br />
distantes ou a pessoas que você pode nem conhecer, não é possível<br />
saber o resulta<strong>do</strong>. Mas você pode notar o efeito que a prática <strong>da</strong> amizade<br />
amorosa exerce sobre sua própria paz de espírito. O importante<br />
é a sinceri<strong>da</strong>de de seu desejo de felici<strong>da</strong>de para os outros. Realmente,<br />
o efeito é imediato. A única maneira de verificar isto por si<br />
mesmo é tentan<strong>do</strong>.<br />
Praticar metta não significa ignorar as ações prejudiciais <strong>do</strong>s<br />
outros. Significa simplesmente que respondemos a ações desse tipo<br />
de um mo<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong>.<br />
Havia um príncipe chama<strong>do</strong> Abharaja Kumara. Certo dia, ele<br />
foi até o Bu<strong>da</strong> e perguntou a ele se já havia si<strong>do</strong> rude com os outros<br />
alguma vez. Na ocasião, o príncipe levava seu filho no colo. "Suponha,<br />
príncipe, que seu filho pusesse na boca um pe<strong>da</strong>ço de madeira.<br />
O que você faria?", perguntou o Bu<strong>da</strong>. "Se ele pusesse na boca um<br />
pe<strong>da</strong>ço de madeira, eu o seguraria bem firme entre minhas pernas e<br />
colocaria meu de<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r em sua boca. Ain<strong>da</strong> que ele chorasse e<br />
se debatesse por causa <strong>do</strong> desconforto, eu puxaria o pe<strong>da</strong>ço de madeira<br />
para fora mesmo que ele sangrasse", disse o príncipe.<br />
"Por que você faria isso?"<br />
"Porque amo meu filho e salvaria sua vi<strong>da</strong>", foi sua resposta.<br />
"De forma semelhante, príncipe, algumas vezes tenho de<br />
ser duro com meus discípulos, não por cruel<strong>da</strong>de, mas por amor a<br />
eles", disse o Bu<strong>da</strong>. Era a amizade amorosa e não a raiva que<br />
motivava suas ações.<br />
O Bu<strong>da</strong> nos muniu de cinco ferramentas básicas para li<strong>da</strong>r<br />
com os outros de maneira amorosa. Estas ferramentas são os cinco<br />
preceitos. Algumas pessoas pensam na morali<strong>da</strong>de como uma restrição<br />
à liber<strong>da</strong>de, mas o fato é que esses preceitos nos libertam. Eles<br />
nos libertam <strong>do</strong> sofrimento que causamos a nós mesmos e aos outros<br />
quan<strong>do</strong> agimos de maneira erra<strong>da</strong>. Essas diretrizes nos treinam para<br />
proteger os outros <strong>do</strong> mal; e ao proteger os outros protegemos a nós<br />
mesmos. Os preceitos fazem com que nos abstenhamos de tirar a vi<strong>da</strong>,<br />
roubar, ter conduta sexual inapropria<strong>da</strong>, falar de maneira falsa ou<br />
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