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A Meditação da Plena Atenção - Sociedade Budista do Brasil

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mações mentais, devemos isolar a sensação como sensação e observá-la<br />

atentamente. Sensação é um <strong>do</strong>s sete fatores mentais universais.<br />

Os outros seis são: contato, percepção, formações menais, concentração,<br />

força vital e conscientização.<br />

Num outro momento, podemos ter uma certa emoção, tal como ressentimento,<br />

me<strong>do</strong> ou luxúria. Então, devemos observar a emoção<br />

exatamente como ela é, sem tentar confundi-la. com qualquer outra<br />

coisa. Quan<strong>do</strong> misturamos nossa forma, sensação, percepções,<br />

formações mentais e consciência como se fossem uma coisa só e<br />

tentamos observá-las to<strong>da</strong>s como sensação, ficamos confusos porque<br />

não seremos capazes de ver a origem <strong>da</strong> sensação. Quan<strong>do</strong> apenas<br />

contemplamos a sensação, ignoran<strong>do</strong> os outros fatores mentais,<br />

nossa realização <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de torna-se muito difícil. Desejamos ter um<br />

insight sobre a experiência <strong>da</strong> impermanência para vencer nosso<br />

ressentimento; nosso conhecimento profun<strong>do</strong> sobre a infelici<strong>da</strong>de supera<br />

a cobiça que causa a nossa infelici<strong>da</strong>de; perceber nosso não-eu<br />

vence a ignorância que surge <strong>da</strong> nossa noção <strong>do</strong> eu. Inicialmente<br />

devemos ver nossa mente e corpo como separa<strong>do</strong>s. Ten<strong>do</strong> os<br />

compreendi<strong>do</strong> separa<strong>da</strong>mente, podemos ver a inter-conectivi<strong>da</strong>de<br />

essencial entre eles.<br />

A medi<strong>da</strong> que nosso insight se toma mais aguça<strong>do</strong>, nos tornamos<br />

ca<strong>da</strong> vez mais cientes <strong>do</strong> fato de que to<strong>do</strong>s os agrega<strong>do</strong>s funcionam<br />

juntos e coopera<strong>da</strong>mente. Nenhum pode existir sem os outros.<br />

Podemos ver o senti<strong>do</strong> real <strong>da</strong> famosa metáfora <strong>do</strong> homem cego que<br />

tinha um corpo saudável para caminhar e <strong>do</strong> deficiente físico que<br />

tinha bons olhos para ver. Sozinho nenhum deles pode fazer muito<br />

por si mesmo. Porém, quan<strong>do</strong> o deficiente físico sobe nos ombros <strong>do</strong><br />

cego, juntos podem viajar e alcançar facilmente suas metas. De<br />

maneira análoga, o corpo sozinho não pode fazer na<strong>da</strong>. Ele é como<br />

um tronco, incapaz de mover-se e realizar algo, exceto tomar-se<br />

sujeito à impermanência, ao decaimento e à morte. A mente sozinha<br />

também não pode fazer na<strong>da</strong> sem o suporte <strong>do</strong> corpo. Quan<strong>do</strong> atentamente<br />

percebemos ambos, corpo e mente, podemos ver como juntos<br />

podem realizar maravilhas.<br />

A medi<strong>da</strong> que sentamos em um determina<strong>do</strong> lugar podemos<br />

ganhar algum grau de plena atenção. Ir a um retiro e passar vários<br />

dias ou meses observan<strong>do</strong> nossas sensações, percepções, incontáveis<br />

pensamentos e vários esta<strong>do</strong>s de consciência, eventualmente pode<br />

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