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Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

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Ana Alexandra Alves <strong>de</strong> Sousa<br />

se centra num <strong>de</strong>terminado dia, em que Jasão, a viver<br />

com <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> há alguns anos, em terras gregas, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sposar a filha do rei da cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> habitavam. Com<br />

filhos ainda pequenos, anuncia à mulher o seu intento<br />

<strong>de</strong> contrair casamento com a filha <strong>de</strong> Creonte, rei <strong>de</strong><br />

Corinto. <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> reage com o que consi<strong>de</strong>ra a pior das<br />

vinganças: mata, primeiro, a princesa grega e seu pai,<br />

que a tenta libertar da veste envenenada, oferenda <strong>de</strong><br />

casamento, e, a seguir, mata os filhos que <strong>de</strong> Jasão tivera.<br />

Apesar <strong>de</strong> a tragédia se focalizar num período <strong>de</strong> tempo<br />

preciso e muito breve (um dia), as personagens referem<br />

alguns dos acontecimentos prece<strong>de</strong>ntes, tais como o<br />

facto <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> ter espalhado os membros <strong>de</strong> seu irmão<br />

Absirto no mar, com vista a atrasar a perseguição do pai,<br />

ou a circunstância <strong>de</strong>, já em Iolco, ter levado as filhas <strong>de</strong><br />

Pélias a cozer o pai numa tentativa <strong>de</strong> o rejuvenescer 10 .<br />

Na literatura grega o primeiro relato que nos<br />

chegou do mito <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> provém da Quarta O<strong>de</strong><br />

Pítica <strong>de</strong> Píndaro (9-ss.), escrita em 462-461 a.C. O<br />

poema principia com uma profecia <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong>, seguemse<br />

os acontecimentos em Iolco, quando Jasão reclama<br />

o trono junto <strong>de</strong> Pélias, a viagem <strong>de</strong> Argo que lhes é<br />

imposta, as provas que Jasão vence com a ajuda <strong>de</strong><br />

<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong>, na Cólquida, e termina-se a narrativa com<br />

uma breve alusão à partida e à passagem por Lemnos;<br />

do assassínio <strong>de</strong> Pélias fala-se atribuindo-o a <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong><br />

forma muito sintética. Uma diferença a realçar consiste<br />

no papel <strong>de</strong> Afrodite que, no poema <strong>de</strong> Píndaro, explica<br />

a Jasão como po<strong>de</strong> conquistar o coração <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong>.<br />

10 Sen. Med. 130-414.<br />

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