Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
425<br />
430<br />
435<br />
<strong>Séneca</strong><br />
há-<strong>de</strong> revelar-se tempo a mais. Este dia fará, fará<br />
o que ninguém, no futuro, calará. Atacarei os <strong>de</strong>uses<br />
e tudo haverei <strong>de</strong> abalar.<br />
aMa<br />
Serena o teu espírito perturbado<br />
pelo sofrimento, senhora; acalma a tua animosida<strong>de</strong>.<br />
<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong><br />
Só terei <strong>de</strong>scanso<br />
quando vir o universo <strong>de</strong>sabar em ruínas juntamente<br />
comigo: que tudo <strong>de</strong>sapareça comigo. É agradável<br />
[arrastar outrem, quando se perece.<br />
aMa<br />
Examina os inúmeros perigos que tens a recear, se persistes.<br />
Ninguém ataca impunemente os po<strong>de</strong>rosos.<br />
Jasão entra<br />
Jasão<br />
para si próprio<br />
Ó cruel <strong>de</strong>stino, sempre, ó sorte amarga,<br />
igualmente maligna, quando se enfurece e quando nos poupa!<br />
Quantas vezes a divinda<strong>de</strong> encontrava para mim remédios<br />
piores do que os riscos: se quisesse ser fiel<br />
à minha mulher, tal como ela merece, teria <strong>de</strong> oferecer<br />
a minha cabeça à execução. Para não morrer, tinha <strong>de</strong> esquecer<br />
a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, oh <strong>de</strong>sditoso! Não foi o medo que venceu<br />
[a minha fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />
64