19.04.2013 Views

Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

53<br />

<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong><br />

e os filhos do Bóreas 46 e aquele que para além do Ponto<br />

vê o que está distante, com um relance do olhar, Linceu 47 ;<br />

e mesmo até os Mínias 48 . Já não falo do chefe dos chefes 49 ;<br />

por ele não há qualquer dívida; não o incluo nas contas<br />

[<strong>de</strong> ninguém:<br />

trouxe os restantes para vós, este trouxe-o apenas para mim.<br />

Ataca-me agora e acusa-me <strong>de</strong> tudo o que é ignomínia.<br />

Confessarei. Por um só crime tenho <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r:<br />

o regresso do navio Argo. Podia a donzela que eu era ter<br />

[escolhido o recato<br />

e ter escolhido o pai: toda a terra pelasga <strong>de</strong>sabaria<br />

com os seus chefes e, primeiro do que todos, este teu genro<br />

seria morto pelas chamas da boca do bravio touro.<br />

[Po<strong>de</strong> a fortuna esmagar a minha causa como quiser,<br />

não me arrependo <strong>de</strong> ter assegurado a glória <strong>de</strong> tão<br />

[numerosos reis!]<br />

A recompensa que obtive <strong>de</strong> todos os meus crimes<br />

está nas tuas mãos. Se assim o <strong>de</strong>cidires, con<strong>de</strong>na a ré,<br />

mas <strong>de</strong>volve-lhe o objecto do crime. Sou culpada,<br />

[confesso, Creonte.<br />

Mas tu já sabias que eu o era, quando toquei os teus joelhos<br />

e, suplicante, procurei a garantia <strong>de</strong> protecção da tua <strong>de</strong>xtra.<br />

Peço-te, agora, um canto, uma morada para a minha <strong>de</strong>sdita,<br />

um humil<strong>de</strong> refúgio. Se <strong>de</strong>cidires expulsar-me da cida<strong>de</strong>,<br />

seja-me atribuído um lugar remoto, algures no teu reino.<br />

46 Zetes e Cálais. Bóreas, <strong>de</strong>us do vento do Norte.<br />

47 Linceu, capaz <strong>de</strong> ver até o que no subsolo se encontrava, era<br />

famoso pela acuida<strong>de</strong> da sua visão.<br />

48 Alusão aos Argonautas.<br />

49 Jasão.<br />

235<br />

240<br />

245<br />

250

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!