19.04.2013 Views

Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

43<br />

<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong><br />

Aproveitai, jovens, a licença <strong>de</strong> gracejar 29 ;<br />

em cadência alternada 30 , jovens, cantai os vossos versos:<br />

raramente nos é permitido falar contra os senhores.<br />

Radioso e nobre <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte do portador do tirso, Lieu 31 ,<br />

já era tempo <strong>de</strong> acen<strong>de</strong>r o facho <strong>de</strong> múltiplas pontas:<br />

ateia a chama solene com os teus lânguidos <strong>de</strong>dos.<br />

Espalhem os mordazes versos fesceninos festivos<br />

insultos, <strong>de</strong>scontraia-se a multidão com os gracejos e<br />

[parta nas trevas silenciosas<br />

toda a mulher que foge para se casar com um marido<br />

[estrangeiro.<br />

<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> e a Ama entram<br />

<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong><br />

estupefacta<br />

Estou perdida: o canto nupcial feriu os meus ouvidos.<br />

É a custo que eu própria, sim, a custo, que eu creio em<br />

[tamanha <strong>de</strong>sgraça.<br />

Foi isto que Jasão ousou fazer, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> me ter privado<br />

do meu pai, da minha pátria e do meu reino: <strong>de</strong>ixar-me<br />

[sozinha numa terra estrangeira,<br />

homem cruel?! Desprezou os serviços que lhe prestei,<br />

29 Nos casamentos gregos e romanos os espectadores<br />

costumavam cantar versos licenciosos e injuriosos para os noivos,<br />

<strong>de</strong>signados em Roma como ‘versos fesceninos’; cf. v. 113.<br />

30 A expressão hinc, illinc ‘<strong>de</strong> um lado e doutro, à compita’<br />

sugere a existência <strong>de</strong> dois semi-coros.<br />

31 Lieu é um dos nomes <strong>de</strong> Baco. O verso reporta-se a seu filho<br />

Himeneu, cf. n. 14.<br />

110<br />

115<br />

120

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!