Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
67<br />
<strong>Me<strong>de</strong>ia</strong><br />
[Ao procurar um reino alheio, abandonei o meu próprio].<br />
Pela esperança que tens nos teus filhos, pelo lar que<br />
asseguraste, pelos monstros que eu <strong>de</strong>rrotei, pelas mãos<br />
que, por ti, nunca poupei, pelos perigos passados,<br />
pelo céu e pelas ondas, testemunhas do meu casamento,<br />
compa<strong>de</strong>ce-te! Dá à suplicante a recompensa, afortunado<br />
[que és.<br />
Daquelas riquezas que os Citas pilham em terras distantes,<br />
trazendo-as <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os povos da Índia crestados pelo sol 83<br />
(como o nosso palácio está cheio e mal tem espaço<br />
para estes tesouros, ornamos os bosques com ouro 84 ),<br />
[<strong>de</strong>ssas riquezas nada trouxe para o exílio,<br />
a não ser os membros do meu irmão 85 : e também estes<br />
[eu sacrifiquei por ti.<br />
Por ti a minha pátria recuou, por ti o meu pai, o irmão,<br />
[a honra.<br />
Foi este o dote com que me casei. Restitui a esta fugitiva<br />
[o que lhe pertence.<br />
Jasão<br />
Creonte, embora te quisesse mandar matar, na sua<br />
[hostilida<strong>de</strong>,<br />
vencido pelas minha lágrimas, acabou por <strong>de</strong>cretar o teu exílio.<br />
83 Havia uma estrada <strong>de</strong> comércio que passava pela Cólquida,<br />
vinda da Índia.<br />
84 Depreen<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stas palavras que o velo <strong>de</strong> ouro estava<br />
suspenso numa árvore, por não haver espaço suficiente no palácio.<br />
Segundo a tradição, motivos religiosos levaram a colocá-lo aí.<br />
85 Acerca da morte do irmão <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong>, cf. n. 34.<br />
480<br />
485<br />
490