Versão em PDF - Partido Social Democrata
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as oportunidades de <strong>em</strong>prego a que julgam ter direito e a que têm definitivamente<br />
direito. Mas também àqueles que são portadores de deficiência e que sab<strong>em</strong> que como<br />
muitos outros vulneráveis, quando os recursos não abundam, quando as despesas têm<br />
de ser cortadas, se torna mais difícil encontrar a resposta adequada para o dia-a-dia.<br />
Todos esses portugueses viv<strong>em</strong> hoje uma circunstância de grande dificuldade.<br />
Não é por falarmos das dificuldades que nos dev<strong>em</strong>os sentir mais próximos<br />
daqueles que as enfrentam, é quando procuramos resolver essas dificuldades, ultrapassar<br />
essas situações que nos dev<strong>em</strong>os sentir próximos daqueles que sofr<strong>em</strong> hoje<br />
<strong>em</strong> Portugal.<br />
A todos esses portugueses, que enfrentam com maior rigor o impacto das medidas<br />
de austeridade e da recessão económica, mas também a todos os outros que estão<br />
a fazer sacrifícios, seja do ponto de vista fiscal e tributário, seja através do corte nos<br />
seus rendimentos, seja através da suspensão de regalias existentes, a todos eles eu<br />
quero transmitir hoje uma palavra de esperança. Uma palavra de esperança para que<br />
eles saibam que esses sacrifícios que estão a atravessar não são <strong>em</strong> vão.<br />
Nós não impomos uma receita de dificuldades por nossa vontade, não é isso que<br />
pod<strong>em</strong>os escolher, quando já o afirmei publicamente que nos enganamos no caminho<br />
que tomamos e precisamos de regressar ao ponto de partida. Não vale a pena<br />
condenar o caminho de regresso um t<strong>em</strong>po perdido.<br />
Se perd<strong>em</strong>os t<strong>em</strong>po a fazer melhor do que já fiz<strong>em</strong>os, o que t<strong>em</strong>os é de corrigir<br />
para futuro e não repetir os mesmos erros que nos atrasaram e nos penalizaram. Os<br />
portugueses sab<strong>em</strong>, portanto, que o caminho de correcção que estamos hoje a trilhar,<br />
traz consigo consequências, que essas consequências - que são penosas - são parte<br />
do caminho de recuperação que estamos a fazer.<br />
«Não t<strong>em</strong>os uma bola de cristal para marcar<br />
uma data para a recuperação»<br />
Não t<strong>em</strong>os uma bola de cristal para marcar uma data para a recuperação, mas<br />
t<strong>em</strong>os uma perspectiva do processo que estamos a <strong>em</strong>preender e é essa perspectiva<br />
que quero partilhar com o País. Os portugueses dev<strong>em</strong> saber que, no caminho que<br />
estamos a percorrer, nós estamos a cumprir com aquilo que todo o país se comprometeu<br />
a fazer e - isso é importante - nós estamos a cumprir nas diversas dimensões.<br />
Na dimensão financeira, orçamental, na dimensão externa, nós estamos a controlar<br />
as nossas contas e estamos a reequilibrar os nossos desequilíbrios externos e<br />
essas boas notícias dev<strong>em</strong> ser comunicadas ao País, para que o País saiba que aquilo<br />
que está a acontecer, está a ter um impacto social mais pesado que estava previsto,<br />
mas também um impacto positivo sobre a nossa capacidade para voltar a crescer e<br />
XXXIV CONGRESSO NACIONAL<br />
regressar no futuro aos mercados.<br />
O ano passado divulgou o banco de Portugal esses resultados, nós reduzimos<br />
substancialmente o nosso défice externo graças sobretudo ao comportamento das<br />
nossas exportações, quer dizer, dos nossos exportadores, quer dizer das nossas <strong>em</strong>presas<br />
<strong>em</strong> Portugal, quer dizer dos nossos trabalhadores e das administrações dessas<br />
<strong>em</strong>presas, graças a isso nós conseguimos passar de um défice externo muito elevado<br />
<strong>em</strong> 2010, quase 12% do produto, para cerca de 8% do produto <strong>em</strong> 2012. Conseguimos<br />
mesmo que, naquilo a que se chama a balança corrente, onde evident<strong>em</strong>ente<br />
essas exportações têm um peso maior, conseguimos reduzir esse défice para 5,2%<br />
do nosso produto, ainda há um ano atrás esse défice era quase de 9%. Significa isto,<br />
segundo perspectivas do banco de Portugal, que nós, este ano, ter<strong>em</strong>os condições<br />
para reduzir esse défice ainda mais, para perto de 2,6%. A perspectiva do Ministério<br />
das Finanças é um pouco menos optimista e prevê cerca de 3,5%. Qualquer que seja<br />
o resultado a tendência é clara, nós estamos a corrigir o nosso desequilíbrio externo<br />
e com isso estamos a dizer aos mercados que estamos a precisar cada vez menos de<br />
financiamento externo para a nossa economia. Repar<strong>em</strong> no quanto isto é importante,<br />
se durante tantos anos a economia portuguesa se endividou para al<strong>em</strong> das suas<br />
possibilidades (o Estado, as <strong>em</strong>presas e as famílias) estando nós a controlar as nossas<br />
contas, é importante que qu<strong>em</strong>, de fora, olha para Portugal, perceba que nós estamos<br />
a diminuir as nossas necessidades de financiamento de Estado e estamos a planear<br />
que no ano de 2013 - que é o ano previsto, <strong>em</strong> Set<strong>em</strong>bro desse ano para que Portugal<br />
possa regressar aos mercados da divida - nós atinjamos nessa altura praticamente o<br />
equilíbrio externo. Quer dizer não precisar<strong>em</strong>os nesse ano de financiamento adicional<br />
por termos contraído mais divida, precisar<strong>em</strong>os apenas de regular uma parte da nossa<br />
divida porque, no resto, nós estar<strong>em</strong>os a por as nossas contas <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> e a viver de<br />
acordo com as nossas possibilidades.<br />
Mas claro, as nossas contas internas também são importantes, depois de no ano<br />
passado termos tido um sobressalto com a execução orçamental conseguimos, <strong>em</strong><br />
contabilidade nacional, corrigir rapidamente a trajectória que vinha desde o inicio do<br />
ano e foi inegável o esforço que os portugueses fizeram também, nomeadamente<br />
dando um contributo através dos impostos mais elevado, para que tivéss<strong>em</strong>os conseguido<br />
alcançar o objectivo do défice no final do ano.<br />
Mas é importante saber que aquilo que foi projectado para este ano também está<br />
a ser cumprido. O Estado t<strong>em</strong> dado o ex<strong>em</strong>plo na frugalidade, t<strong>em</strong> dado o ex<strong>em</strong>plo na<br />
forma como elimina o supérfluo e o redundante, é importante dizê-lo aqui também,<br />
que desde os gabinetes do governo, aos institutos públicos, às direcções gerais, às<br />
<strong>em</strong>presas publicas, nós t<strong>em</strong>os conseguido acabar com redundâncias, eliminar serviços<br />
que estavam a mais, acabar com lugares de dirigentes que não se justificavam, reduzir<br />
as despesas e as gorduras do Estado, estamos a dar o ex<strong>em</strong>plo e continuar<strong>em</strong>os a dar,<br />
pois esse ex<strong>em</strong>plo t<strong>em</strong> de ser continuado para que as pessoas percebam que qu<strong>em</strong><br />
deve dar o ex<strong>em</strong>plo, de facto dá.<br />
Fiz ont<strong>em</strong>, aqui, referência à confusão que se deu no país quanto a regimes de<br />
excepção, quanto aos cortes do 13º e 14º mês, pois mesmo depois de ter feito essa<br />
observação hoje li, não me recordo aonde mas com certeza num diário, que tinha<br />
o presidente do PSD aqui referido que os cortes eram para todos mas que haviam<br />
excepções; eu vou dizer outra vez: não há excepções. Realmente, às vezes é preciso<br />
hipersimplificar para que as coisas sejam vistas e ouvidas como deve ser, sobre isto<br />
não há mais nada a acrescentar. Sejam trabalhadores ou administradores da Caixa<br />
Geral de depósitos, da TAP ou de qualquer outra <strong>em</strong>presa, todos os trabalhadores e<br />
administradores, todos os funcionários públicos não terão, <strong>em</strong> Portugal <strong>em</strong> 2012, o<br />
13º n<strong>em</strong> o 14º mês, é para todos, é mesmo para todos.<br />
Não quero ser exaustivo na avaliação que aqui apresentei no início deste Congresso,<br />
quero apenas dizer que a reestruturação do sector <strong>em</strong>presarial do Estado está <strong>em</strong><br />
marcha também e que grande parte daquilo que se chama agenda de transformação<br />
estrutural da sociedade portuguesa está <strong>em</strong> marcha também. Nós dev<strong>em</strong>os reconhecêlo,<br />
tiv<strong>em</strong>os a sorte e também o engenho de conseguir um acordo tripartido para o<br />
crescimento da economia, competitividade e a coesão social. Há parceiros que aqui<br />
estão presentes que foram decisivos para que esse acordo fosse estabelecido, esse<br />
acordo não é uma conquista do Governo, para esse acordo todos fiz<strong>em</strong>os concessões,<br />
todos fiz<strong>em</strong>os concessões, mas fiz<strong>em</strong>o-lo, para que <strong>em</strong> Portugal se soubesse, e fora<br />
de Portugal também, que nós sab<strong>em</strong>os ultrapassar as nossas diferenças quando<br />
tratamos do futuro do País.<br />
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