Versão em PDF - Partido Social Democrata
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ministro respondeu a perguntas durante cerca de 1 hora, recorrendo frequent<strong>em</strong>ente<br />
a estatísticas e bibliografia académica.<br />
Pressionado por outro académico sobre o porquê de os mercados secundários não<br />
estar<strong>em</strong> a reagir à melhoria dos indicadores fundamentais portugueses, Gaspar afirmou<br />
que a questão está no comportamento dos mercados e não é exclusiva a Portugal.<br />
“Estive a olhar de maneira muito relaxada para uma série de livros sobre mercados<br />
financeiros e encontrei títulos como `Ilusões Populares e a Loucura das Multidões´,<br />
`Manias, Pânicos e Crises´, `Exuberância Irracional´ e muitos outros”, disse.<br />
“Muito claramente, a possibilidade de um duradouro e persistente desligar dos<br />
fundamentais pelos mercados e participantes está b<strong>em</strong> documentada e é relevante”,<br />
adiantou.<br />
No caso específico de Portugal, “basicamente não há transacções” neste mercado<br />
e o preço “não é preço muito representativo” n<strong>em</strong> “vai oferecer muita resistência a<br />
mudanças, quando houver dinâmica, pressão a <strong>em</strong>purrar noutra direcção”.<br />
Questionado sobre se o Estado tenciona recomprar dívida, dadas as “boas surpresas”<br />
no lado orçamental sublinhadas na sua apresentação, o ministro disse ser cedo<br />
para responder.<br />
“O que estamos a fazer agora é uma transição muito lenta para maturidades maiores<br />
no mercado de títulos do Tesouro, a trabalhar <strong>em</strong> conceito de gestão de activos e de<br />
compromissos financeiros que pode envolver acção nos mercados, mas como não t<strong>em</strong>os<br />
essa estratégia totalmente trabalhada, não posso responder especificamente”, afirmou.<br />
O ministro das Finanças afirmou ainda que as reformas estruturais <strong>em</strong> curso,<br />
pod<strong>em</strong> traduzir-se num aumento do PIB de cerca de 5 por cento nos próximos 5<br />
anos, segundo alguns estudos, mas o governo “simplesmente não sabe” ainda qual<br />
o impacto específico.<br />
Vítor Gaspar afirmou que o que está previsto no programa de ajuda internacional<br />
é “completamente convencional”, e que as exportações, que têm estado a ganhar<br />
quota internacional vão ser o principal motor da retoma.<br />
O efeito das reformas estruturais não é levado <strong>em</strong> conta no programa, e o governo<br />
“não t<strong>em</strong> uma boa perceção dos impactos” destas a curto prazo, “ainda menos a<br />
muito curto prazo”.<br />
“É justo dizer que simplesmente não sab<strong>em</strong>os”, afirmou.<br />
Estudos da OCDE e Sist<strong>em</strong>a Euro suger<strong>em</strong> que Portugal pode colher “efeitos substanciais”<br />
das reformas estruturais no crescimento económico, a longo prazo, “para<br />
cima de 10 por cento no nível do PIB” e, segundo outras projeções “cerca de metade<br />
desse efeito pode materializar-se <strong>em</strong> 3 a 5 anos”, afirmou.<br />
“Se esse for o caso, se isso se materializar de acordo com esse tipo de cenário, o<br />
que vai acontecer é que as reformas estruturais vão ajudar a retoma a ser forte e a<br />
acelerar o processo de ajustamento. É esse o conceito”, disse Vitor Gaspar.<br />
A economia portuguesa, afirmou, está a contrair-se a um ritmo mais forte do<br />
que o previsto no programa, mas deverá aliviar a partir deste trimestre, recuperando<br />
continuamente até atingir um crescimento positivo no próximo ano.<br />
Com a contração da procura doméstica, o setor de bens transacionáveis é pressionado<br />
a “tirar partido de mercados que estão a abrir”, e as exportações “têm estado<br />
a ganhar mercados e vão ser o principal motor da retoma”, afirmou.<br />
Ásia e países de língua portuguesa são dos mercados onde as vendas ao estrangeiro<br />
mais têm crescido, diminuindo o peso das trocas dentro da União Europeia, destacou.<br />
Na componente das exportações, adiantou, as gamas de tecnologia média e média<br />
alta têm vindo a ganhar espaço às de baixa tecnologia, adiantou.<br />
Isto “não quer dizer que não haja uma questão de competitividade”, mas “parte<br />
do ajustamento está <strong>em</strong> curso” e “é preciso ter cautela para não reclamar sucesso<br />
antes do t<strong>em</strong>po”. – Fontes: Lusa e Diário Económico<br />
O PSD e o Governo<br />
“Actualidade<br />
de Sá Carneiro<br />
e do seu<br />
pensamento”,<br />
numa intervenção<br />
de Marcelo Rebelo<br />
de Sousa<br />
O antigo líder social-d<strong>em</strong>ocrata Marcelo Rebelo de Sousa, <strong>em</strong> declarações<br />
aos jornalistas no final da apresentação da série de livros “Textos de Francisco<br />
Sá Carneiro”, que decorreu numa livraria de Lisboa, destacou a actualidade do<br />
pensamento de Sá Carneiro, considerando que o fundador do PSD teria gostado<br />
de viver hoje, pois “adorava o risco e os desafios difíceis”.<br />
“Aquilo que parece que está ultrapassado no pensamento dele é actual”,<br />
afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.<br />
Como ex<strong>em</strong>plos, o antigo líder social-d<strong>em</strong>ocrata recordou a luta do fundador<br />
do PSD pela d<strong>em</strong>ocracia civil, s<strong>em</strong> intervenções militares. “De vez <strong>em</strong> quando,<br />
ainda v<strong>em</strong>os hoje intervenções de militares de Abril a dizer: ‘atenção que nós<br />
intervimos se isto correr muito mal, há um golpe, há isto, há aquilo…”, sublinhou.<br />
Por outro lado, continuou, Francisco Sá Carneiro lutou pela mudança do<br />
regime económico e por uma aproximação da Europa e hoje muitas pessoas<br />
questionam a necessidade de Portugal sair do Euro.<br />
“Ele foi um lutador pela Europa, portanto é uma luta que ainda t<strong>em</strong> hoje<br />
lógica”, disse.<br />
Além da ideia da actualidade do pensamento de Francisco Sá Carneiro,<br />
Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda, ao apresentar o livro, o quanto o<br />
fundador do PSD teria gostado de viver nos dias de hoje, pois era um hom<strong>em</strong><br />
que “gostava de enfrentar os desafios com determinação”.<br />
“Ele teria adorado viver hoje, porque ele adorava o risco, adorava os desafios<br />
difíceis, quanto mais difícil melhor. E este é um t<strong>em</strong>po de desafios difíceis, desafios<br />
no imediato, ou seja, ver como é que controlamos isto financeiramente, mas<br />
também desafios a prazo, como é que pomos isto a crescer e a criar <strong>em</strong>prego”,<br />
referiu, já <strong>em</strong> declarações aos jornalistas.<br />
Manifestando-se certo de que Francisco Sá Carneiro enfrentaria com “grande<br />
determinação e com uma grande capacidade de luta” os desafios atuais, Marcelo<br />
Rebelo de Sousa disse haver uma lição deixada pelo fundador do PSD “àqueles<br />
que hoje faz<strong>em</strong> política <strong>em</strong> Portugal”.<br />
“Acho que a lição que ele dá é: vocês não esmoreçam perante os desafios”.<br />
- Lusa<br />
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