20.04.2013 Views

Versão em PDF - Partido Social Democrata

Versão em PDF - Partido Social Democrata

Versão em PDF - Partido Social Democrata

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cumprir exactamente com os valores do défice que foram<br />

negociados pelo anterior Governo. 5,9% <strong>em</strong> 2011. 4,5%<br />

<strong>em</strong> 2012. 2,9% <strong>em</strong> 2013. Era o que estava acertado. Foi<br />

isso que fiz<strong>em</strong>os e foi isso que executámos. No terceiro<br />

trimestre, <strong>em</strong> contabilidade nacional, que é aquela que<br />

conta, o défice do Estado recuava para 3,8%, passou portanto<br />

de 9%, no segundo trimestre, para 3,8% no terceiro<br />

e terá atingido muito perto de 4% no quarto trimestre.<br />

Apesar deste esforço grande que nós realizámos e<br />

que implicou um controlo férreo sobre a despesa do<br />

Estado e a necessidade de pedir aos portugueses um<br />

sacrifício adicional na receita fiscal, ainda assim foi preciso<br />

propor a realização de uma operação s<strong>em</strong> a qual<br />

não teríamos atingido os objectivos. Recordam-se: foi<br />

a transferência dos fundos de pensões da banca para a<br />

Segurança <strong>Social</strong> e só isso nos permitiu concluir o ano<br />

com os nossos objectivos devidamente atingidos. Não<br />

nos iludamos pois, as condições de partida não eram<br />

aquelas que estavam anunciadas e não nos iludamos<br />

também, o esforço que vamos precisar de fazer durante<br />

todo este t<strong>em</strong>po para atingir aquelas metas, é maior do<br />

que aquele que estava inicialmente previsto. Podíamos<br />

nós <strong>em</strong>purrar com a barriga? Podíamos nós disfarçar o<br />

probl<strong>em</strong>a? Pensar que lá mais para a frente a Europa<br />

precisasse de dar uma outra volta à situação, disfarçando<br />

os nossos probl<strong>em</strong>as e adiando a sua resolução?<br />

Lá poder, podíamos… Não seria inédito <strong>em</strong> Portugal,<br />

mas não é, não é da “herança genética” do PSD. Não é<br />

da inscrição genética deste Governo adiar o que é difícil,<br />

esconder a verdade, falsear a história, fazer propaganda.<br />

E portanto aqueles que hoje nos acusam de estarmos<br />

tão <strong>em</strong>penhados <strong>em</strong> executar o programa de austeridade,<br />

esquec<strong>em</strong>-se que os portugueses não apagarão da<br />

sua m<strong>em</strong>ória colectiva, as razões de necessidade desta<br />

austeridade.<br />

Disse várias vezes que não ficaria a responsabilizar<br />

continuamente o passado pelo momento que viv<strong>em</strong>os<br />

e tenho cumprido. Mas que não pens<strong>em</strong> os nossos adversários<br />

que pod<strong>em</strong> tirar partido da nossa correcção,<br />

fazer<strong>em</strong> campanhas (novamente de disfarce) e ainda<br />

responsabilizar<strong>em</strong>-nos pela situação a que nos conduziram.<br />

Nós não passamos a vida a olhar para trás, mas<br />

t<strong>em</strong>os m<strong>em</strong>ória e os portugueses também têm. Mas é<br />

verdade, os nossos objectivos não estão todos adquiridos<br />

<strong>em</strong> matéria de consolidação orçamental. Nós estamos<br />

atentos aos números e à execução do orçamento. Nós<br />

sab<strong>em</strong>os que há sinais amarelos, estamos atentos a eles.<br />

Não são aqueles que muitas vezes são denunciados. Os<br />

mesmos que há uns anos nos diziam que o primeiro trimestre<br />

era atípico e que não reflectia toda a informação,<br />

são os primeiros, agora, a anunciar o caos do orçamento.<br />

Costuma-se dizer que qu<strong>em</strong> anda s<strong>em</strong>pre com um<br />

martelo na mão, tudo lhe parece um prego e é b<strong>em</strong><br />

verdade!<br />

XXXIV CONGRESSO NACIONAL<br />

B<strong>em</strong> precisa muita gente <strong>em</strong> Portugal, ou de mudar<br />

de martelo, ou de mudar de visão, porque nós sab<strong>em</strong>os<br />

que não é fácil chegar ao resultado que pretend<strong>em</strong>os.<br />

Não pod<strong>em</strong>os facilitar por isso. As coisas estão a correr<br />

b<strong>em</strong>, há um reconhecimento externo de que nós dominámos<br />

a situação e ninguém t<strong>em</strong> dúvidas fora de Portugal<br />

de que este Governo está absolutamente comprometido<br />

com aquelas metas, não precisamos de disfarçar, não é<br />

para inglês ver. Eles sab<strong>em</strong> que nós somos os primeiros<br />

a ser intransigentes com as metas. Cheguei a dizer, haver<strong>em</strong>os<br />

de as cumprir custe o que custar. É verdade, nós<br />

quer<strong>em</strong>os que Portugal vença esta crise e que não tenha<br />

de pagar o preço mais elevado pela irresponsabilidade<br />

de tantos anos passados.<br />

E é por isso que, apesar das marteladas, é por isso<br />

que os portugueses têm sido compreensivos e pacientes.<br />

Os portugueses sab<strong>em</strong>, e eu daqui o quero reconhecer<br />

com muita humildade, mas ao mesmo t<strong>em</strong>po com muito<br />

orgulho no meu país e nos seus cidadãos.<br />

Está-nos, como se costuma dizer, está-nos a sair do<br />

lombo. Está-nos a sair da pele. Nós sab<strong>em</strong>os o que t<strong>em</strong><br />

custado <strong>em</strong> Portugal cumprir estes objectivos e sab<strong>em</strong>os<br />

que t<strong>em</strong>os de continuar a ser exigentes e atentos para<br />

não falhar. Nós não pod<strong>em</strong>os falhar. Até aqui toda a<br />

gente se permitia acertar ao lado, não acertar, falhar<br />

claramente. Haveria s<strong>em</strong>pre uma segunda oportunidade,<br />

nós não t<strong>em</strong>os segunda oportunidade.<br />

O País não t<strong>em</strong> segunda oportunidade, não pod<strong>em</strong>os<br />

falhar por isso. Os portugueses sab<strong>em</strong> isso. Todos<br />

os meses é preciso fazer um esforço enorme para que<br />

a despesa recue, todos os meses é preciso estar atento<br />

à evasão fiscal, todos os meses é preciso estar atento à<br />

coesão social, todos os meses, todos os dias é preciso<br />

estar atento aos que estão mais vulneráveis e presta<br />

atenção também à coesão do nosso território.<br />

Nós precisamos de lutar todos os dias para chegar<br />

onde é preciso, mas as pessoas sab<strong>em</strong>, sab<strong>em</strong> que<br />

estamos a conseguir. Não é por estarmos a falar <strong>em</strong> flexibilizar,<br />

<strong>em</strong> adaptar, <strong>em</strong> ter mais t<strong>em</strong>po, <strong>em</strong> renegociar,<br />

<strong>em</strong> desistir. É porque nós não desistimos, não quer<strong>em</strong>os<br />

renegociar, não quer<strong>em</strong>os fazer essa flexibilização. Nós<br />

quer<strong>em</strong>os ser exigentes e intransigentes no cumprimento<br />

das nossas obrigações. É assim que gente honrada faz,<br />

é assim que qu<strong>em</strong> quer o crédito reconhecido t<strong>em</strong> de<br />

fazer, é o que os portugueses estão a fazer com o nosso<br />

Governo.<br />

Mas nós não vamos inverter esta situação apenas<br />

cuidando da consolidação orçamental e da estabilização<br />

financeira. Isso é, se quiser<strong>em</strong>, crítico. Ninguém cresce<br />

no futuro com uma dívida d<strong>em</strong>asiado pesada às costas,<br />

nós sab<strong>em</strong>os disso, os países com maior endividamento<br />

são s<strong>em</strong>pre os que cresc<strong>em</strong> menos. Se quer<strong>em</strong>os crescer<br />

e criar <strong>em</strong>prego, t<strong>em</strong>os de dominar a dívida e o défice,<br />

mas isso não chega. Nós sab<strong>em</strong>os que isso não chega.<br />

Nós t<strong>em</strong>os de criar todas as condições para que o país<br />

faça as transformações necessárias de modo a poder<br />

voltar a crescer no futuro. Mas isso significa cumprir com<br />

uma agenda de transformação estrutural na sociedade<br />

portuguesa.<br />

Essa agenda está <strong>em</strong> grande parte descrita no m<strong>em</strong>orando<br />

de entendimento, mas, aí sim, pode-se dizer que<br />

nós t<strong>em</strong>os sido mais ambiciosos que o próprio m<strong>em</strong>orando<br />

e que portanto, vamos à frente da troika na agenda<br />

de transformação estrutural da sociedade portuguesa,<br />

nós t<strong>em</strong>os sido mais ambiciosos, porque é do nosso<br />

País que se trata. Nós sab<strong>em</strong>os que precisamos de levar<br />

mais fundo essas mudanças. Essas mudanças, portanto,<br />

são indispensáveis. S<strong>em</strong> elas nós não d<strong>em</strong>ocratizamos<br />

a nossa economia, não reconhec<strong>em</strong>os a iniciativa dos<br />

cidadãos, não conseguiríamos pr<strong>em</strong>iar o mérito, não<br />

conseguiríamos ter uma sociedade mais próspera, mais<br />

aberta, mais competitiva, isto é, uma sociedade mais<br />

dinâmica e mais justa.<br />

Que justiça há <strong>em</strong> defender uma sociedade <strong>em</strong> que<br />

o Estado pesa mais de 50% da riqueza que é criada? Que<br />

espaço fica para os portugueses, para aqueles que têm<br />

iniciativa e mérito, que espaço e que dinheiro fica para<br />

eles investir<strong>em</strong>, arriscar<strong>em</strong>, criar<strong>em</strong> postos de trabalho,<br />

aumentar<strong>em</strong> as exportações? Fica muito pouco. Foi por<br />

isso que durante muitos anos tiv<strong>em</strong>os uma economia<br />

protegida.<br />

5

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!