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Versão em PDF - Partido Social Democrata

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XXXIV CONGRESSO NACIONAL<br />

“Nós quer<strong>em</strong>os construir uma sociedade mais aberta e mais<br />

d<strong>em</strong>ocrática, mais d<strong>em</strong>ocrática na economia, mais justa na<br />

repartição do rendimento”<br />

Quero por isso enaltecer o espirito de abertura e de convergência que os parceiros<br />

sociais d<strong>em</strong>onstraram para que esse acordo fosse atingido. Nós, baseados deste<br />

acordo, alargámo-lo também a todas as instituições do sector social, pois tiv<strong>em</strong>os<br />

um compromisso tripartido para o crescimento e para o <strong>em</strong>prego, mas também tiv<strong>em</strong>os<br />

um compromisso muito alargado com as instituições sociais <strong>em</strong> Portugal, para<br />

alicerçar melhor o nosso programa de <strong>em</strong>ergência social e dar o apoio àqueles que<br />

mais precisam.<br />

Eu quero dar uma palavra muito especial quer às mutualidades portuguesas, quer<br />

à união das misericórdias portuguesas, também a toda a estrutura que congrega as<br />

instituições particulares de solidariedade social, essas três grandes instituições que<br />

nos permitiram programar, com t<strong>em</strong>po, a ajuda social que o Estado deve preparar<br />

para aqueles que mais precisam.<br />

Nós t<strong>em</strong>os um projecto ambicioso para Portugal, as nossas preocupações na agenda<br />

de transformação estrutural são conhecidas, nós quer<strong>em</strong>os construir uma sociedade<br />

mais aberta e mais d<strong>em</strong>ocrática, mais d<strong>em</strong>ocrática na economia, mais justa na repartição<br />

do rendimento. O nosso programa renovado do PSD, nesse aspecto está <strong>em</strong><br />

total convergência com aquilo que são os objectivos e os imperativos de renovação<br />

das próprias estruturas económicas e sociais no País. Nós pretend<strong>em</strong>os acabar com<br />

os sectores mais protegidos da economia, e sobretudo acabar com os privilégios que<br />

permanec<strong>em</strong> nesses sectores, e ser<strong>em</strong>os determinados, através de toda a transformação<br />

legal e negocial que nos permitirá reduzir esses privilégios, acabar com esses<br />

privilégios e d<strong>em</strong>ocratizar ainda mais a nossa economia e o nosso País.<br />

Uma parte desse trabalho deverá estar patente na renegociação que vamos fazer<br />

dos diversos contractos de parcerias público-privadas <strong>em</strong> Portugal que custarão ao País<br />

mais de 2 mil milhões de euros, todos os anos a partir de 2014 e por quase 35 anos.<br />

Eram pelo menos mais duas gerações a pagar as dívidas que herdámos!<br />

Ir<strong>em</strong>os fazê-lo também na energia, acabando com o défice tarifário pesado que<br />

todos os portugueses, famílias, particulares ou <strong>em</strong>presas têm vindo a suportar. Nós<br />

t<strong>em</strong>os de olhar para todos os portugueses e poder dizer-lhes “não há uns que possam<br />

mais e outros que possam menos”. Respeitamos todos, mas todos têm de dar um<br />

contributo para a recuperação do país. Estamos apostados portanto como é conhecido<br />

<strong>em</strong> ter uma nova lei da concorrência, mesmo sabendo que há s<strong>em</strong>pre qu<strong>em</strong> encontre<br />

defeitos <strong>em</strong> todas as propostas.<br />

A lei da concorrência que propus<strong>em</strong>os ao Parlamento também terá para muitos os<br />

seus defeitos, mas melhor<strong>em</strong> esses defeitos no Parlamento, apresent<strong>em</strong> todas as suas<br />

propostas de melhoria desse documento, mas vamos ter uma nova lei da concorrência<br />

que possa dar mais poderes às entidades reguladoras e que possa também dar mais<br />

instrumentos de responsabilização a essas entidades.<br />

T<strong>em</strong>os uma nova lei para a insolvência e recuperação de <strong>em</strong>presas, isso é importante<br />

por quanto é preciso hoje olhar já, s<strong>em</strong>ear já, as condições de crescimento<br />

para a nossa economia e para a recuperação do <strong>em</strong>prego e isso não se faz s<strong>em</strong> ter<br />

os instrumentos adequados. Alguém disse aqui, creio que foi o nosso companheiro<br />

Fernando Costa ont<strong>em</strong> “as finanças são responsáveis porque n<strong>em</strong> todas as <strong>em</strong>presas<br />

pod<strong>em</strong> ter recuperação, tenham a recuperação que merec<strong>em</strong>” e <strong>em</strong> parte disse <strong>em</strong><br />

verdade Fernando Costa, ele t<strong>em</strong> razão, <strong>em</strong> parte t<strong>em</strong> razão. Por isso é que nós criámos<br />

um instrumento para que os poderes públicos, seja os meios fiscais, seja a segurança<br />

social, estejam do lado da recuperação das <strong>em</strong>presas e não da sua morte, quando<br />

ela é injustificada. Nós quer<strong>em</strong>os que as <strong>em</strong>presas que não tenham fidelidade, não<br />

sejam alimentadas à custa de sacrifícios de qu<strong>em</strong> fica a saber que só paga mais hoje<br />

16<br />

e amanhã mas acaba s<strong>em</strong>pre por estar a<br />

subsidiar o que é inviável. Em Portugal as<br />

<strong>em</strong>presas que não são fiáveis não pod<strong>em</strong><br />

d<strong>em</strong>orar anos e anos a resolver a sua situação<br />

de insolvência mentindo aos seus<br />

fornecedores, mentindo aos seus clientes,<br />

mentindo aos seus trabalhadores, nós<br />

precisamos de acabar com essa batota na<br />

economia. As <strong>em</strong>presas <strong>em</strong> dificuldade,<br />

mas que têm viabilidade, essas merec<strong>em</strong><br />

uma oportunidade dos seus credores e<br />

também da parte do Estado.<br />

T<strong>em</strong>os uma nova lei da arbitrag<strong>em</strong><br />

e isso é essencial para qu<strong>em</strong> procura o<br />

investimento externo como nós procuramos.<br />

É indispensável que todos os agentes<br />

internos e externos saibam que se houver<br />

algum probl<strong>em</strong>a, alguma disputa, algum<br />

conflito <strong>em</strong> Portugal ele se pode ultrapassar<br />

recorrendo às melhores práticas dos<br />

países e das economias mais avançadas<br />

do mundo. Estar<strong>em</strong>os ao nível do que se<br />

faz melhor <strong>em</strong> qualquer parte do mundo<br />

<strong>em</strong> matéria de arbitrag<strong>em</strong> e estamos,<br />

evident<strong>em</strong>ente, a proceder a uma ampla<br />

reforma do sist<strong>em</strong>a judicial.<br />

A Justiça t<strong>em</strong> sido um dos pilares de<br />

maior injustiça e desigualdade de há muitos<br />

anos a esta parte e isso não t<strong>em</strong> que<br />

ver com os seus agentes e profissionais,<br />

t<strong>em</strong> que ver com a nossa organização<br />

judicial, que t<strong>em</strong> de ser alterada, e são esses instrumentos que estão hoje <strong>em</strong> discussão<br />

pública.<br />

O parlamento é mais uma vez o local adequado para confrontar essas ideias e<br />

apresentar propostas alternativas ou de melhoria, mas está hoje <strong>em</strong> marcha uma<br />

discussão ampla, no País, sobre o que deve ser uma correcta reforma da oferta judicial,<br />

<strong>em</strong> matéria de rede judicial. Mas está também <strong>em</strong> marcha a reforma do código do<br />

processo civil. Não são novos códigos, não é um novo código civil, um novo código<br />

penal. São reformas cirúrgicas, mas importantes, nos processos para que os processos<br />

and<strong>em</strong>, para que a Justiça seja célere e possa estar ao pé de qu<strong>em</strong> precisa dela.<br />

Eu tenho a certeza que a reforma que estamos a fazer na área da justiça não só<br />

tornará aos olhos de todos os portugueses, os nossos tribunais e os nossos agentes de<br />

justiça, mais dignificados e respeitados, como dar<strong>em</strong>os um contributo extraordinário<br />

para que a nossa economia recupere, para que os nossos trabalhadores possam ter<br />

decisões céleres e portanto justas, como têm direito.<br />

Emprego e questões sociais<br />

Finalmente uma palavra relativamente ao <strong>em</strong>prego e às matérias sociais. Hoje o<br />

des<strong>em</strong>prego é s<strong>em</strong> dúvida nenhuma, a principal chaga social que existe <strong>em</strong> Portugal. Os<br />

níveis de des<strong>em</strong>prego ultrapassaram todas as previsões que fiz<strong>em</strong>os, nomeadamente<br />

no último Orçamento de Estado para 2012; e apesar de se tratar de números que estão<br />

coerentes com a contracção da economia que se está a verificar, a verdade é que esse<br />

número oculta uma realidade de enormes dificuldades para milhões e milhões de<br />

portugueses. Nós sab<strong>em</strong>os - disse-o quando era presidente do PSD na oposição, e digo<br />

hoje como Primeiro-Ministro - nós sab<strong>em</strong>os que os números do des<strong>em</strong>prego ocultam<br />

s<strong>em</strong>pre uma realidade mais vasta, porque n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre expressam devidamente aqueles<br />

que são designados como desencorajados, quer dizer aqueles que desistiram de<br />

procurar <strong>em</strong>prego há mais de 15 dias, são centenas de milhares. Nós sab<strong>em</strong>os hoje<br />

que, para que Portugal volte a crescer, t<strong>em</strong>os que atacar a situação do des<strong>em</strong>prego.<br />

Mas aqui, falamos verdade: os portugueses sab<strong>em</strong> que não é o Estado que cria o <strong>em</strong>prego,<br />

o Estado pode ajudar a criar condições para que as <strong>em</strong>presas cri<strong>em</strong> <strong>em</strong>prego,

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