QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação
QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação
QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
78 didaskalia<br />
David é o futuro «ramo» messiânico predito por Jer. 23, 6; 33, 15 e<br />
Zac. 3, 8; 6, 12 32 .<br />
Daqui se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> que semelhante variante <strong>de</strong>ve ter sido intencional<br />
e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> qualquer família textual.<br />
5. 4Q Patriarchal Blessings<br />
A primeira publicação e edição <strong>de</strong>ste fragmento foi apresentada<br />
por J. M. ALLEGRO 33 . O texto é uma paráfrase a Ge. 49, 10:<br />
«O ceptro (íDUttf) não será retirado <strong>de</strong> Judá, e o bastão <strong>de</strong> comando<br />
<strong>de</strong> entre os seus pés, até que venha Shiloh; sob o qual a multidão<br />
dos povos (prestará) obediência». O texto <strong>de</strong> Q exprime-se da<br />
seguinte maneira: «(1) Um soberano não será retirado da tribo <strong>de</strong><br />
Judá; quando Israel tiver o domínio, (2) a dinastia que se sentar sobre<br />
o trono <strong>de</strong> David não será interrompida — porque o bastão é a aliança<br />
da realeza, (3) e os milhares <strong>de</strong> Israel são os pés — até à vinda do<br />
Consagrado da Justiça, o Rebento <strong>de</strong> David — porque foi a ele e à<br />
sua linhagem que foi dada esta aliança da realeza sobre o seu povo<br />
até às gerações perpétuas (5) Quando ele guardar a aliança consigo,<br />
Deus fará surgir o «Rebento <strong>de</strong> David» e o Intérprete da Lei com<br />
os homens da Comunida<strong>de</strong>; porque (6) a assembleia dos povos é<br />
a assembleia dos homens <strong>de</strong>...»<br />
Se bem que este texto não seja uma citação directa do AT<br />
tem a máxima importância para nos darmos conta dos métodos<br />
<strong>de</strong> Q em relação ao original H. Trata-se duma paráfrase ao texto H,<br />
isto é, duma releitura muito mais extensa, à maneira dos targums<br />
aramaicos 34 . O autor joga com os dois sentidos do conceito<br />
«ceptro» ou «tribo» e com a assonância entre ÍD22? e D^bttf» «soberano» 35 .<br />
O autor substitui «SHILOH» por n^O, «Consagrado» ou «Ungido»,<br />
amplificando <strong>de</strong>pois a i<strong>de</strong>ia com Jer. 23, 5 ou 33, 15: «Eu suscitarei<br />
a David um Rebento <strong>de</strong> Justiça, que realizará o direito e a justiça».<br />
O «Rebento <strong>de</strong> Justiça» aparece também em 4Florilegium I, 11 e<br />
<strong>de</strong>ve ter inspirado o Apoc. 5, 5.<br />
32 BÍOWNLBB O. C. p. 89. Note-se que Am. 9, 11 é citado e interpretado segundo o<br />
original H em 4QFlorilegium.<br />
33 Further Messianic... o. c. tendo em vista os estudos <strong>de</strong> BROWNLEB, The Meaning...<br />
o. c. p. 90 e os <strong>de</strong> J. CARMIGNAC, em Les Textes áe Qumran, 1963, p. 287 ss.<br />
34 Note-se que o «Genesis Apocryphon» <strong>de</strong> Q foi escrito em aramaico.<br />
35 J. CAKMIGNAC, O. c. p. 286 e BROWNLBB, O. c. p. 91.