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QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação

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qumran: exegese histórica e teologia <strong>de</strong> salvação 71<br />

a voz das palavras que este povo te dirigiu» 12 . O autor do manuscrito<br />

não cita o Det., mas o Ex. e segundo a recensão ou tradição<br />

samaritana 13 . A quarta citação do Det. 33,8-11 aproxima-se mais<br />

dos LXX (cf. AÓTS AÉVI em Det. 33, 8 que falta no TM, Samaritano<br />

e Peschitta, mas aparece nos LXX e no nosso manuscrito; os verbos<br />

em 33, 9b no sing, como em Q, ao contrário do TM e da Peschitta<br />

que os têm no plur.).<br />

Não obstante isto há também sinais <strong>de</strong> que em 4QTes. se usam<br />

métodos exegéticos próprios, mudando-se o texto original H conscientemente,<br />

numa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> actualização e <strong>de</strong> história <strong>de</strong> salvação.<br />

Ao citar Det. 38,10 (4QTes., 17), Q lê aipir^ nSTOD :<br />

«eles fizeram brilhar os teus juízos a Jacob...», enquanto que o<br />

TM lê «eles ensinam os teus juízos a Jacob...». E conscientemente<br />

que Q muda «ensinar» para «brilhar» (forma Hi. <strong>de</strong> ""HX)<br />

inspirado pelo vers. 8 <strong>de</strong>vido ao conceito ""["HIKI, provàvelmente<br />

lido por «luz» (TN) e não por «URÍM» 14 e pelo uso corrente do<br />

termo DimiN com o fim <strong>de</strong> acentuar a iluminação espiritual do<br />

cumprimento da Lei, tão frequente em Q 15 .<br />

Note-se que 4QTes. do Det. 33, 8-11 parte do princípio teológico<br />

que a tribo <strong>de</strong> Levi é a possessora dos «Urim» e dos «Thummim» 16 ,<br />

uma vez que o Sacerdócio lhe fora confiado. A sua finalida<strong>de</strong> é,<br />

portanto, enaltecer o papel daquela tribo.<br />

Em 4QTes. <strong>de</strong> Jos. 6, 26 aparece-nos o género da «antologia<br />

bíblica», <strong>de</strong> que mais tar<strong>de</strong> falaremos, com uma finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> «actualização»<br />

histórica. Transcrevemos o texto, incluindo em parêntesis<br />

os paralelos bíblicos.<br />

«(v. 22) ele disse: «Maldito seja o homem que reconstruir esta<br />

cida<strong>de</strong>! Sobre o seu primogénito (23) ele a fundará e sobre o seu filho<br />

mais novo ele levantará as portas (IR. 16, 34). Ora, eis um homem<br />

13<br />

Os 4 pontos assinalam o lugar do tetragrama do nome JHWH que se não escrevia<br />

nem pronunciava.<br />

13<br />

M. MANSOOH, The Massoretic Text... o. c. p. 306: «It has been pointed out that<br />

of its four biblical passages, the first is from the Samaritan recension of Exodus, the second<br />

from the Massoretic Text, and that its third and fourth paragraphs, from Deuteronomy and<br />

Joshua, show Septuagintal characteristics».<br />

14<br />

Cfr. 4QpIs (d), linha 8 com o mesmo conceito Urim unido aos «iluminados» (M'YRYM),<br />

ao sol e à luz ('WR).<br />

15<br />

Cfr. o estudo <strong>de</strong> T. H. GASTBR, A Qumran Reading of Deuteronomy XXXIII, 10 em<br />

Vetus Testamentum (VT) (1958) 217 ss.<br />

16<br />

O texto <strong>de</strong> Ne. 7, 65 e Esd. 2, 63: «... até que um sacerdote tomasse o (seu) ofício<br />

com os Urim e os Thummim» talvez <strong>de</strong>penda <strong>de</strong> IMac. 4, 46; 14, 41. Os «Urim» e os<br />

«Thummim» eram objectos sagrados utilizados para ritos <strong>de</strong> adivinhação. Aparecem em<br />

4QpIs (5), 5; 4QTestimonia, 14, mas possivelmente em Q os ritos <strong>de</strong> adivinhação não tinham<br />

lugar.

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