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QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação

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qumran: exegese histórica e teologia <strong>de</strong> salvação 91<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A SISTEMATIZAÇÃO DOS MÉTODOS EXEGÉTICOS<br />

DE QUMRÂN<br />

a) Qumran: uma Antologia Bíblica<br />

Os documentos <strong>de</strong> Q, quer bíblicos quer extra-bíblicos representam<br />

uma verda<strong>de</strong>ira antologia bíblica. As leis, observâncias,<br />

<strong>de</strong>veres e títulos fundamentam-se na Bíblia 74 . Para nos darmos<br />

conta <strong>de</strong>ste carácter antológico <strong>de</strong> Q apresentamos alguns exemplos<br />

<strong>de</strong> diversos textos e obras qumrânicas 75 .<br />

1) Regra da Congregação (lQSa). Apresentamos o proémio:<br />

(1,1)» Eis a Regra para toda a Congregação <strong>de</strong> Israel (IR. 8, 14, 22, 55;<br />

12,3; 1 Cr. 13,2; 2 Cr. 6,3; 12,13; 20,5; 23,3; Sir. 50,3; 1 Mac. 4, 59),<br />

na sequência dos dias (cf. 4Qpls (b) II, 1; 4QFlor. I, 19 e 13 vezes no<br />

A. T. 76 quando [eles] se juntarem à Comunida<strong>de</strong><br />

para caminharem (2) na <strong>de</strong>pendência da autorida<strong>de</strong> dos sacerdotes,<br />

filhos <strong>de</strong> Sadoc (Ez. 44, 15; cf. lQSa I, 24; II, 3; IQS V, 2, 9; CD<br />

III, 21-IV, 2), e dos homens da sua Aliança (Abd. 7; IQS V, 9; VI, 19),<br />

que se recusaram a caminhar na via do (3) povo (Is. 8, 11; CD VIII,<br />

16; XIX, 29): são os homens da Sua Associação (Is. 40, 13; 46 11;<br />

74 Os nomes ou ofícios pessoais são nomes bíblicos e não tanto i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas<br />

concretas e históricas se bem que possamos e <strong>de</strong>vamos admitir a fusão. Assim, o intérprete<br />

(^2270) ^ um termo técnico que <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> Dan. 9,1-2, 21; os iluminados (Q 1 ^^{jJQ)<br />

são uma classe profissional <strong>de</strong> Dan. 11, 33-35; 12, 3, 10; o inten<strong>de</strong>n'e <strong>de</strong> campo (CD XIII, 7) é<br />

um ofício sacerdotal que aparece no Lev. 27, 33 (}p3J3)"> ° T'pD é inseparável do<br />

• O investigador da Lei (HmílH K7T"f) n3o tem antece<strong>de</strong>ntes no AT. Os «filhos<br />

<strong>de</strong> Sadoo 723)' t ' cu '° <strong>de</strong>signa «os membros da Comunida<strong>de</strong>» <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

Ez. 40, 46 (cf. Ez. 44, 15 e CD 4, 1). O Mestre <strong>de</strong> Justiça (p"H2S J-JTIQ) é a junção <strong>de</strong><br />

H^IIS <strong>de</strong> Prov. 5, 13; Is. 30, 20 e <strong>de</strong> p^*"^, coinum no AT. «Como os <strong>de</strong>mais oficiais<br />

<strong>de</strong> Qumran, o Mestre <strong>de</strong> Justiça não foi um indivíduo no nosso sentido mas sim um<br />

funcionário que <strong>de</strong>sempenhou um papel preanunciado pelas Escrituras». Cfr. B. J. ROBERTS,<br />

Bible Exegesis and Fulfilment in Qumran, em Words and Meaning. Essays presented to David<br />

Winton T%omas, Cambridge, 1968, p. 198. Tanto os nomes dos ofícios pessoais como os<br />

métodos exegéticos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> Daniel, um dos livros mais divulgados<br />

em Q. Cfr. F. F. BRUCE, The Boole of Daniel and the Qumran Community, em Neotestamentica<br />

et Semítica (Studies in Honour of Matthew Black), Edinburgh 1968, pp. 221-235. Cfr. nota 51.<br />

75 Os exemplos são retirados em parte da obra Les Textes <strong>de</strong> Qumran... o. c., Paris, 1961<br />

e 1963. Em parêntesis apresentamos os paralelos bíblicos.<br />

76 Cfr. RQ, III, 4 (1961), p. 527-529.

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