QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação
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qumran: exegese histórica e teologia <strong>de</strong> salvação 69<br />
e por 4QJer(a) (texto H). No texto grego, a família aparece em<br />
adições suplementares ao Grego Antigo. Nos livros <strong>de</strong> Samuel<br />
e Reis toma o lugar do Grego Antigo em 2Sam. 11,2-IR. 2,11 e<br />
em 2R. Temos, portanto, três fases na história da bíblia grega:<br />
o Grego Antigo, a recensão Proto-Luciânica e a recensão Koúys que<br />
reflectem por sua vez as três famílias do texto hebraico isoladas<br />
nos achados <strong>de</strong> Q.<br />
Estas famílias textuais correspon<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>terminados lugares<br />
geográficos. Desenvolveram-se entre os sécs. v-i a. C. na Palestina,<br />
no Egipto e presumivelmente na Babilónia. A família palestinense<br />
é caracterizada «by conflation, glosses, synoptic additions and other<br />
evi<strong>de</strong>nces of intense scribal activity, and can be <strong>de</strong>fined as «expansionisti»<br />
7 . A família do tipo textual egípcio nem sempre é um<br />
texto completo. Aparenta-se à família palestinense, mas não é<br />
tão extensa nas adições sinópticas nem é tão curta como a família<br />
babilonense. A esta terceira família <strong>de</strong> tipo textual correspon<strong>de</strong><br />
o texto mais curto, embora só o conheçamos por manuscritos do<br />
Pentateuco e dos Profetas Anteriores. Este tipo textual babilonense<br />
foi escolhido no tempo <strong>de</strong> Hillel como texto base para a nova revisão<br />
dos LXX. Nos fins do séc. i p. C. tornou-se dominante, a julgar<br />
pelos manuscritos <strong>de</strong>scobertos em Masada, Murabba'ât, e Nahal<br />
Hever.<br />
Esta sistematização parece à primeira vista muito lógica e em<br />
conformida<strong>de</strong> com os achados paleográficos e com as recensões<br />
gregas. Aliás está sendo adoptada pela maioria dos autores e peritos 8 .<br />
No entanto, um juízo crítico a tudo quanto fica dito só po<strong>de</strong>rá<br />
ser dado <strong>de</strong>pois duma análise aos textos em questão. Será esse o<br />
nosso trabalho a seguir, estudando os textos mais em foco sobre<br />
o assunto que nos propomos.<br />
a seguinte regra: os ^JJÇ e os restringem (ou excluem), os f]^ e os QJ esten<strong>de</strong>m (ou<br />
incluem). O grupo xaíyi] (que traduz o H QJ) po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como uma obra<br />
literária realizada sob a égi<strong>de</strong> do rabinato palestinense reflectindo os seus princípios exegéticos.<br />
Pertencem ao grupo: a tradução das Lamentações e provavelmente a dos Cânticos<br />
e Rut, a recensão maioritária das secções By e yS dos Reis, a recensão dos Juizes, a<br />
Teodocião <strong>de</strong> Daniel, as adições <strong>de</strong> Teodocião aos LXX <strong>de</strong> Job e <strong>de</strong> Jeremias, a coluna<br />
Teodocião das Hexapla e a quinta dos Salmos. A nova recensão anónima dos Doze Profetas<br />
Menores encontraria lugar neste conjunto. Cfr. pp. 10 ss. e 47 ss.<br />
7 The Contribution of Qumrân... o. c. p. 86.<br />
8 Cfr. nota (2).