14.07.2013 Views

QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação

QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação

QUMRAN Exegese Histórica e Teologia de Salvação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

qumran: exegese histórica e teologia <strong>de</strong> salvação 83<br />

FITZMYBR <strong>de</strong>scobre quatro tipos <strong>de</strong> citações: 1) as citações <strong>de</strong><br />

tipo literal ou histórico em que o AT é citado por Q com o<br />

mesmo sentido que no original. 2) As citações <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong> actualização<br />

(«of Mo<strong>de</strong>rnization») em que o original do AT é visto à<br />

luz <strong>de</strong> acontecimentos da história contemporânea <strong>de</strong> Q. 3) As<br />

citações <strong>de</strong> tipo acomodatício em que o texto original do AT<br />

é modificado ou <strong>de</strong>svirtuado para ser adaptado a novas situações<br />

ou finalida<strong>de</strong>s. 4) As citações <strong>de</strong> tipo escatológico em que o AT<br />

exprime uma promessa ou ameaça acerca <strong>de</strong> qualquer coisa que está<br />

para acontecer no eschaton visado pelo autor <strong>de</strong> Q. 48 .<br />

O princípio exegético subjacente aos três últimos tipos <strong>de</strong><br />

citação resi<strong>de</strong> no princípio exegético dos pesharím referido em<br />

lQpHab. VII, 1-5,7-8 que diz: «e Deus disse a Habacuc para escrever<br />

os acontecimentos que hão-<strong>de</strong> vir sobre a última geração 49 , mas<br />

a consumação do período não lhe foi dado a conhecer 50 . Quanto<br />

ao que foi dito: «a fim <strong>de</strong> que o leitor possa correr» 51 , interpreta-se<br />

acerca do Doutor <strong>de</strong> Justiça a quem Deus <strong>de</strong>u a conhecer todos<br />

os segredos das palavras dos seus servos os profetas» 52 . Depois da<br />

citação <strong>de</strong> Hab. 2, 3a continua o texto nos w. 5-7: «Isto interpreta-se<br />

pelo facto <strong>de</strong> que o período seguinte se prolongará e ultrapassará<br />

* 8 Sobre o conceito <strong>de</strong> escatologia em Q cfr. a análise filológica <strong>de</strong> J. CARMIGNAC,<br />

La notion d'eschatologie dans la Bible et à Qumrân, em RQ 25 (1969) 17-32. Cf. ainda N. A.<br />

DAHL, Eschatologie und Geschichte im Lichte <strong>de</strong>r Qumrantexte, em Zeit und Geschichte (Danksgabt<br />

an Rudolph Bultmann), Tübingen (1964) 3-19; M. DEICOR, L'eschatologie <strong>de</strong>s documents <strong>de</strong><br />

khirbeth Qumrdn, em Revue <strong>de</strong>s Sciences Religieuses (RSR) 26 (1952) 363-86; H-W. KUHN.<br />

En<strong>de</strong>nvartung und gegenwärtiges Heil (Col. Studien zur Umwelt <strong>de</strong>s Neuen Testaments, n. 4),<br />

Göttingen, 1966; E. J. PRYKE, Some Aspects oj Eschatology in the Dead Sea Scrolls, em Studia<br />

Evangélica 5 (1968) 296-302. A escatologia qumrânica näo visa tanto uma era <strong>de</strong> paz e <strong>de</strong><br />

justiça como uma era histórica em que Belial será vencido; cf. 4QFlorilegium, I, 19-11, 1.<br />

cfr. nota (49).<br />

49 O original 'HRWN significa «o que vem a seguir». Por isso duvidamos que a<br />

comunida<strong>de</strong> se julgasse pertencer à última geração. Cfr. nota 48.<br />

90 O profeta Habacuc predisse os castigos dos ímpios pelos cal<strong>de</strong>us-Kittím, mas sem<br />

precisar a época ou o período para semelhante realização.<br />

51 A julgar por lQpHab. VI, 16 trata-se duma compreensão perfeita da leitura profética<br />

outorgada apenas ao Mestre <strong>de</strong> Justiça. Mas alguns autores mo<strong>de</strong>rnos já põem o problema,<br />

e com razão, se o Mestre <strong>de</strong> Justiça era apenas uma personagem individual ou se uma função<br />

a <strong>de</strong>sempenhar no seio da Comunida<strong>de</strong>. Cfr. sobretudo R. A. ROSENBERG, Who is the Moreh<br />

has Se<strong>de</strong>q? em Journal oj the American Aca<strong>de</strong>my of Religion 36 (1968) 118-122. Cfr. <strong>de</strong>pois C.<br />

<strong>de</strong>l VALLB, La revelaciin <strong>de</strong>i Maestro <strong>de</strong>justicia sobre lageneraciin última, em Salmantícenses 15 (1968)<br />

509-557; A. MICHELI, Le Maître <strong>de</strong> Justice d'après les manuscripts <strong>de</strong> la Mer Morte, la littérature<br />

apocryphe et rabbinique. Avignon, 1954; G. JEREMIAS, Der Lehrer <strong>de</strong>r Gerechtigkeit, em Studien<br />

zur Umvelt <strong>de</strong>s Neuen Testaments, vol. II, Göttingen, 1963; G. W. BUCHANAN, The Priestley<br />

Teacher of Righteousness, RQ 24 (1969) 553-558; cfr. nota 74.<br />

M O papel do Doutor <strong>de</strong> Justiça não consiste em juntar novas revelações às dos profetas,<br />

mas sim expor todos os segredos que elas encerram. Cfr. Jo. 16,13 s. sobre a acção do Espírito<br />

Santo e a sua relação com Jesus.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!