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Custo-efetividade do tratamento da infecção pelo vírus da hepatite ...

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A incidência reporta<strong>da</strong> em estu<strong>do</strong>s sobre a <strong>do</strong>ença apresenta variações importantes,<br />

explica<strong>da</strong>s pela falta de uniformi<strong>da</strong>de na definição de um caso de DMPT (ALEBIOUSO,<br />

AYODELE, 2005; MARKELL, 2004). Admite-se seu desenvolvimento de forma insidiosa<br />

nos primeiros seis meses pós-transplante, com incidência crescente ao longo <strong>do</strong> tempo e uma<br />

história natural semelhante ao diabetes mellitus tipo 2 (ALEBIOUSO, AYODELE, 2005<br />

p.256).<br />

O DM aumenta o risco de <strong>do</strong>enças cardiovasculares, que correspondem ao grupo de<br />

causas mais prevalentes na explicação <strong>da</strong> diminuição de sobrevi<strong>da</strong> de pacientes acometi<strong>do</strong>s<br />

<strong>pelo</strong> DMPT (MARKELL, 2004 p.958-959). Do ponto de vista <strong>do</strong> impacto direto <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença no<br />

enxerto renal, Markell (2004) destaca que a nefropatia decorrente <strong>da</strong> DMPT é tão frequente<br />

quanto a nefropatia decorrente <strong>da</strong> DM, mas seu desenvolvimento é mais rápi<strong>do</strong> (Ibidi, p.960).<br />

Além <strong>do</strong>s processos fisiopatológicos característicos e <strong>da</strong>s complicações cardiovasculares<br />

decorrentes <strong>do</strong> DMPT, deve ser assinala<strong>da</strong> a per<strong>da</strong> de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e o aumento na<br />

incidência de infecções como resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (KAMAR et al., 2007).<br />

A soropositivi<strong>da</strong>de para o VHC é fator de risco independente para o DMPT<br />

(KASISKE et al., 2003; LÓPEZ HIDALGO et al., 2004, GOURISHANKAR et al., 2004),<br />

sen<strong>do</strong> demonstra<strong>do</strong> que receptores de transplante renal soropositivos para o VHC não<br />

diabéticos manifestam alterações em testes de tolerância a glicose, sugerin<strong>do</strong> um futuro<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (LOPEZ et al. , 2005).<br />

Os mecanismos <strong>pelo</strong>s quais o VHC leva ao DM não estão estabeleci<strong>do</strong>s, acreditan<strong>do</strong>se<br />

que o <strong>vírus</strong> possa induzir a disfunções celulares, anormali<strong>da</strong>des no metabolismo <strong>da</strong> glicose<br />

e resistência insulínica secundária à disfunção hepática (MARKELL, 2004 p.958).<br />

Abott e colabora<strong>do</strong>res (2004) salientam que a mortali<strong>da</strong>de em transplanta<strong>do</strong>s VHC +<br />

não pode ser explica<strong>da</strong> apenas pela <strong>do</strong>ença hepática, indican<strong>do</strong> a ocorrência de diabetes<br />

mellitus pós-transplante (DMPT) como fator associa<strong>do</strong> ao risco de morte (p. 3166). A<br />

soropositivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r para o VHC está associa<strong>da</strong> a um eleva<strong>do</strong> risco de DMPT (p.3174),<br />

que se repete, embora de mo<strong>do</strong> menos intenso, em <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res VHC – com receptores VHC +,<br />

ten<strong>do</strong> uma incidência de aproxima<strong>da</strong>mente 20% no primeiro ano e 30% em três anos<br />

(ABOTT et al., 2004).<br />

Burroughs e colabora<strong>do</strong>res (2007) examinaram, em uma coorte de seis anos, a<br />

ocorrência de DMPT e suas complicações ao longo <strong>do</strong>s primeiros três anos após o transplante<br />

renal (independente <strong>do</strong> status sorológico). Usan<strong>do</strong> modelos prognósticos para avaliar as<br />

características <strong>do</strong>s pacientes e as opções de <strong>tratamento</strong>, os autores demonstraram que as

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