17.04.2014 Views

Relatório nº 47/2001 - 2ª S. - Vol. I - Tribunal de Contas

Relatório nº 47/2001 - 2ª S. - Vol. I - Tribunal de Contas

Relatório nº 47/2001 - 2ª S. - Vol. I - Tribunal de Contas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O resultado final das sucessivas mutações sofridas pela arquitectura contratual da<br />

concessão acabou por se traduzir na celebração <strong>de</strong> um Acordo que não <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u da<br />

melhor forma o interesse público, já que <strong>de</strong>le <strong>de</strong>correm consequências financeiras mais<br />

elevadas para o erário público e, também, para os utentes das duas travessias sobre o<br />

Tejo, e uma situação objectivamente mais favorável para concessionária.<br />

9 QUANTO AOS CUSTOS DAS NOVAS CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO DA<br />

CONCESSIONÁRIA PARA O ERÁRIO PÚBLICO.<br />

O montante <strong>de</strong> 61,3 milhões <strong>de</strong> contos, a pagar pelo Estado a título <strong>de</strong> compensações directas<br />

à concessionária, foi calculado com referência às novas condições <strong>de</strong> financiamento que<br />

representam, no novo mo<strong>de</strong>lo Caso Base, um acréscimo <strong>de</strong> encargos financeiros da or<strong>de</strong>m<br />

dos 66 milhões <strong>de</strong> contos, em comparação com a versão original do Caso Base. Tal facto<br />

significa que o Estado conce<strong>de</strong>nte, na realida<strong>de</strong>, vai compensar a concessionária pelo<br />

aumento <strong>de</strong> encargos financeiros inscritos no novo mo<strong>de</strong>lo Caso Base, e não pela<br />

exclusiva perda efectiva <strong>de</strong> receitas resultante da política do congelamento <strong>de</strong> portagens.<br />

A alteração das condições <strong>de</strong> financiamento da Lusoponte, aprovada pelo conce<strong>de</strong>nte e<br />

reflectida no novo Caso Base, consubstancia, na prática, uma forma indirecta <strong>de</strong><br />

compensar a concessionária pelos custos financeiros adicionais, <strong>de</strong>correntes quer da<br />

alteração do perfil <strong>de</strong> reembolso do serviço da divida, quer da nova tranche <strong>de</strong><br />

financiamento para cobrir os custos adicionais da Ponte Vasco da Gama e outros custos<br />

<strong>de</strong> reestruturação da concessionária. Ora tais riscos e responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam ser<br />

sempre da concessionária e não do conce<strong>de</strong>nte<br />

O conce<strong>de</strong>nte, ao consentir à concessionária inscrever no novo mo<strong>de</strong>lo Caso Base os<br />

custos relativos aos novos termos <strong>de</strong> financiamento da concessão, acabou por assumir,<br />

indirectamente, riscos e encargos <strong>de</strong> financiamento da exclusiva responsabilida<strong>de</strong> da<br />

concessionária, por via dos mecanismos <strong>de</strong> reposição do equilíbrio financeiro da concessão.<br />

O conce<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> uma forma indirecta, e contra o teor das próprias bases da concessão, ao<br />

assumir a cobertura <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> riscos, no âmbito das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

financiamento da concessão, acabou por concorrer activamente para perverter a lógica<br />

global <strong>de</strong> financiamento subjacente ao conceito project finance, que havia sido<br />

inicialmente perfilhado pelos contraentes.<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!