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Francine Daiane Forlini e José Augusto Victória Palma<br />

No entanto, há autores, como TARDIF (2002), que mesmo defendendo a renovação<br />

de conhecimentos desconsideram, de certa forma, a utilização do saber produzido nas universi<strong>da</strong>des<br />

(teoria), tendo a concepção de que ele provém de pesquisas efetua<strong>da</strong>s fora <strong>da</strong> prática do<br />

ofício de professor. Porém, há de se citar que esse quadro já vem sendo considerado e revisto por<br />

muitos outros autores. Até o momento poucas universi<strong>da</strong>des modificaram seus currículos de formação<br />

de professores e já os implantaram. Nesses currículos, são valoriza<strong>da</strong>s concepções que<br />

superam a idéia <strong>da</strong> reduzi<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de atuar do docente de Educação Física.<br />

Perante as visões dos autores sobre a visão de um profissional que possui deficiência<br />

para elaborar as teorias de forma a colocá-las em prática, pode-se supor que essa deficiência<br />

é proveniente de uma formação que não fornece bases suficientes ao estu<strong>da</strong>nte para efetuar tal<br />

associação (teoria + prática).<br />

O estu<strong>da</strong>nte, assim como qualquer outra pessoa, não é um livro com páginas em<br />

branco, onde o professor-formador inscreve suas teorias e sugestões de práticas. Esse estu<strong>da</strong>nte<br />

possui uma bagagem de conceitos, a qual foi forma<strong>da</strong> na escola e em sua vi<strong>da</strong> cotidiana fora dela.<br />

Ou seja, nenhum estu<strong>da</strong>nte é igual ao outro. Ca<strong>da</strong> um tem seus próprios conceitos e formas de<br />

pensar, inclusive com relação ao o que é ser professor(a) de Educação Física. As experiências na<br />

educação básica enquanto aluno, no ensino médio e até no meio social, é que trazem subsídios para<br />

a formação <strong>completa</strong> do profissional.<br />

Outro ponto que deve ser enfocado na individuali<strong>da</strong>de do estu<strong>da</strong>nte é o modelo de<br />

ensino no qual ele foi formado na educação básica e no ensino médio. Pois é sabido que a escola<br />

adotava, e a maioria ain<strong>da</strong> adota, as metodologias de ensino provenientes <strong>da</strong> teoria do condicionamento,<br />

ou seja, passa as informações esperando que o educando apenas a assimile e as devolva <strong>da</strong><br />

mesma forma que a recebeu, sem refletir sobre ela, impossibilitando a transformação <strong>da</strong> mesma<br />

em conhecimento.<br />

É sabido também que os professores <strong>da</strong> universi<strong>da</strong>de, ou seja, professores formadores<br />

de profissionais (como coloca TARDIF, 2002), tiveram a mesma formação, ou até mais<br />

acentua<strong>da</strong>, pela teoria do condicionamento (estímulo/resposta), e que também não tiveram estímulos<br />

para a reflexão. Com isso, fica difícil, mesmo estando em uma universi<strong>da</strong>de, mu<strong>da</strong>r <strong>da</strong> noite<br />

para o dia; porém não é impossível. Quando colocamos em questão a responsabili<strong>da</strong>de do professor,<br />

temos a consciência que ela abrange, inclusive, a aplicação de valores e, como conseqüência<br />

disso, comportamentos. Sendo assim, surge uma in<strong>da</strong>gação: que valores e comportamentos são<br />

esses?<br />

Partindo do pressuposto de que a responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> escola é formar ci<strong>da</strong>dãos<br />

aptos a conviver em socie<strong>da</strong>de e que a <strong>da</strong> universi<strong>da</strong>de é formar profissionais/professores para<br />

executar essa responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> escola chega-se à conclusão de que os valores e comportamentos<br />

são os mediadores dessa formação, tanto na escola quanto na universi<strong>da</strong>de. Valores estes que<br />

abrangem a chama<strong>da</strong> “moral”. Um assunto um tanto quanto delicado de se tratar na socie<strong>da</strong>de em<br />

que vivemos hoje. Como afirmou a Profª. Dr.ª Telma Pileggi Vinha, em uma palestra ministra<strong>da</strong> no<br />

Congresso Norte Paranaense de Educação Física (2005).<br />

Encontrar os lapsos na formação profissional é possível, mas corrigi-los não é<br />

tarefa fácil. Tem que se dissecar um grupo em sua totali<strong>da</strong>de de necessi<strong>da</strong>des. Será que conseguiríamos<br />

corrigir esses lapsos de forma a neutralizarmos nossos próprios valores para que aconteça<br />

uma reelaboração imparcial e justa para com essa “plurali<strong>da</strong>de de valores” ? Quem somos nós<br />

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TERRA E CULTURA - Nº 44 - Ano 23 - Janeiro a Julho 2007

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