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Francine Daiane Forlini e José Augusto Victória Palma<br />
Perante isso, pode-se observar que todos os profissionais docentes possuem os<br />
“mesmos” saberes, porém ca<strong>da</strong> um dá um grau diferente de significância a ca<strong>da</strong> saber. Pode-se<br />
observar também que os saberes provindos <strong>da</strong> prática docente são de maior relevância, pois são<br />
adquiridos na utilização prática dos demais.<br />
A literatura também afirma que o saber do professor é um saber social porque é<br />
partilhado por todo um grupo de agentes – os professores - que possuem uma formação comum,<br />
trabalham numa mesma organização e estão sujeitos, por causas <strong>da</strong> estrutura coletiva de seu<br />
trabalho cotidiano, a condicionamentos e recursos comparáveis, entre os quais programas, matérias<br />
a serem ensina<strong>da</strong>s, regras do estabelecimento, etc. Colocando desta forma em evidência o lado<br />
coletivo dos saberes.<br />
SABERES TRANSMITIDOS PELAS INSTITUIÇÕES<br />
Os saberes fornecidos nas instituições são construídos pelas ciências e transmitidos<br />
nas instituições responsáveis pela formação profissional de professores. Esses saberes estão<br />
relacionados aos saberes pe<strong>da</strong>gógicos, aos vários campos de conhecimento transmitidos em forma<br />
de disciplinas nas universi<strong>da</strong>des, os saberes curriculares.<br />
Hoje, a literatura coloca muitas questões que visam quantificar e classificar a<br />
importância desses saberes na atuação docente, através <strong>da</strong> observação <strong>da</strong> forma como esses<br />
saberes vem sendo transmitidos pelas universi<strong>da</strong>des.<br />
Muitos autores mostram resultados de pesquisas feitas com educadores atuantes<br />
que alegam que tais saberes adquiridos nas universi<strong>da</strong>des tenham sido transmitidos de forma a não<br />
preparar o professor para a reali<strong>da</strong>de na qual eles deverão ser aplicados. Sendo assim, defendem<br />
a opinião de que são saberes muito significativos, porém a universi<strong>da</strong>de não fornece visão prática<br />
suficiente para aplicação adequa<strong>da</strong> e eficaz dos mesmos.<br />
Outros comentam sobre a linguagem utiliza<strong>da</strong> pelos autores nas publicações científicas<br />
dessas informações. Expõem o conflito <strong>da</strong> relação entre publicação científica (universi<strong>da</strong>de)<br />
e público alvo (os docentes atuantes). Alegam que a linguagem utiliza<strong>da</strong> é de difícil compreensão.<br />
Problema esse causado, segundo eles, pela falta de tempo dos professores, devido à sua extensa<br />
jorna<strong>da</strong> de trabalho, que impossibilita a leitura de textos muito complexos, com expressões científicas<br />
desconheci<strong>da</strong>s por eles. Chegam a propor solução para o problema, sugerindo que as obras<br />
científicas sejam escritas com uma linguagem mais simples para os professores e mais elabora<strong>da</strong><br />
para a comuni<strong>da</strong>de acadêmica; e que as pesquisas sejam feitas junto ao cotidiano do educador e<br />
não nos laboratórios <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des.<br />
A questão <strong>da</strong> má remuneração <strong>da</strong> profissão docente é um fato visível, o qual<br />
interfere, e muito, nas possibili<strong>da</strong>des de obtenção de conhecimento pelos professores. Um professor,<br />
hoje, atuante na rede pública de ensino, para manter financeiramente uma família precisa atuar<br />
em até três turnos por dia; sendo assim, fica impossibilitado de participar de congressos, palestras,<br />
cursos. Além do que, muitas vezes, não há como dispor de seu salário para investir na construção<br />
de seu conhecimento (é uma pequena minoria que consegue aulas suficientes para o recebimento<br />
de um salário razoável). A escola, em geral, não apóia a ausência do professor <strong>da</strong> sala-de-aula em<br />
prol de sua atualização. Dessa forma, os professores passam a depender prioritariamente dos<br />
conhecimentos fornecidos pela atuação cotidiana, desconhecendo conceitos e teorias científicas<br />
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TERRA E CULTURA - Nº 44 - Ano 23 - Janeiro a Julho 2007