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Pinta, do baiano Jorge Alencar, combina cinema, teatro,<br />

performance e dança, num conjunto de esquetes, compilando<br />

diversas cenas dos espetáculos e curta-metragens produzidos<br />

pelo Grupo Dimenti ao longo dos últimos anos, transitando<br />

por diversas situações dramáticas e coreográficas com diferentes<br />

durações e atmosferas. o filme são, ao mesmo tempo, autônomos<br />

e conectados entre si por nuanças de uma erótica pornochanchesca,<br />

delírios musicais e uma intimidade caseira. Um<br />

filme dominado pelo prazer do instante.<br />

Os curtas<br />

Já comentamos, numa sessão anterior, nossa opção em nos concentrar<br />

nos longas-metragens. Na Mostra no Rio, houve espaço<br />

para uma única sessão de curtas-metragens. Escolhemos então<br />

cinco curtas que se complementam em apresentar alguns dos<br />

rumos do cinema-de-garagem atualmente feito no país.<br />

Mauro em Caiena, de Leonardo Mouramateus, e No interior<br />

de minha mãe, de Lucas Sá, são exemplos da potência das<br />

dramaturgias íntimas. Ambos filmam a sua família, abordando<br />

uma certa periferia geográfica sem os cacoetes da vitimização<br />

e do exotismo presentes em grande parte dessas abordagens.<br />

São quase como cartas, que compartilham para o<br />

espectador um sentimento de intimidade, quase todos feitos<br />

por uma única pessoa que filma sua própria família. Ambos<br />

articulam de forma orgânica uma relação entre criação e vida.<br />

A matéria-prima desses filmes é o próprio processo de viver. O<br />

premiado Mauro em Caiena corrobora a trajetória de amadurecimento<br />

de Mouramateus, calcado em uma ausência (seu tio<br />

que mora na Guiana), para falar dos rastros de uma ausência<br />

na Maraponga (bairro de periferia de Fortaleza), e dos espelhos<br />

na relação entre o realizador e seu sobrinho. O curta de Lucas<br />

Sá é um reencontro do realizador com sua família no interior<br />

do Maranhão, observando com sutileza e intimidade as tarefas<br />

rotineiras e sua relação com esse espaço afetivo. O final do curta,<br />

que enquadra uma cena de A hora da estrela numa televisão,<br />

transforma nossa relação com o filme, nessa relação entre o<br />

que é o interior, entre ir e voltar, entre sair e ficar.<br />

Marcelo Ikeda<br />

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