O legado do PAN: uma nova fase para o Rio? - Tribunal de Contas ...

em pauta
4º Ciclo de Palestras “O Tribunal de
Contas do Município e o Meio Ambiente”
Mesa de abertura, composta por Julio Bernardo Cabral, presidente do TCE/AM, Sergio Besserman, Thiers Montebello, desembargadora
Maria Colares Felipe da Conceição e Arnóbio Alves
Aexibição do filme “Uma
verdade inconveniente”,
do ex-vice-presidente dos
Estados Unidos, Al Gore, Oscar de
melhor documentário em 2007,
abriu o Ciclo de Palestras sobre Meio
Ambiente, realizado pelo quarto ano
consecutivo, pelo Tribunal de Contas
do Município do Rio de Janeiro, nos
dias 23 e 24 de agosto, no auditório
Luiz Alberto Bahia. Após o filme, o
presidente Thiers Montebello fez a
abertura do evento e apresentação do
primeiro conferencista:
“O nosso conferencista dispensa
qualquer apresentação. Seu currículo
é riquíssimo, brilhante, notável, não é
exagero. (...) Quem abre a palestra de
hoje é uma das pessoas mais capazes,
mais qualificadas, que é o professor
Sergio Besserman, a quem só posso
elogiar”.
A g r a d e c e n d o a h o n r a e a
oportunidade de estar no TCMRJ,
Sergio Besserman, presidente do
Instituto Pereira Passos, deu início
à apresentação do tema “Mudanças
climáticas: padrões de consumo e
modos de produção”:
“O século XXI é uma janela da
história, pois permite ver o século
XXI como um século de imensas
transformações da economia,
da política, da sociabilidade, do
pensamento”, iniciou ao enfocar o
aquecimento global e o efeito estufa.
“O século XXI começou em 02 de
fevereiro de 2007. Há um fenômeno
político novo, inédito. Todos os
formadores de opinião do mundo
pararam para acompanhar o relatório
de uma rede de cientistas”, disse,
ao comentar algumas conclusões
c i e n t í f i c a s d o s r e l a t ó r i o s d o
Painel Inter Governamental sobre
as Mudanças do Clima de 2007,
produzido por cientistas com o
patrocínio da ONU.
Na apresentação, o palestrante
enfocou o significado de elevação
média da temperatura e do nível do
mar, relacionando o tempo desses
processos com tempo geológico.
Analisou, cientificamente, o
significado da probabilidade de 90%
do aquecimento global ter como
causa a ação humana, conforme o
considerado nos relatórios e buscou
explicar por que não há, no caso do
aquecimento global, uma solução
tecnológica, mágica, que permita a
continuidade dos atuais padrões de
consumo e modelos de produção.
S i t u a n d o o f e n ô m e n o d o
aquecimento na história do capital,
e não apenas como resultado de um
consumismo excessivo, Besserman
considerou uma improbabilidade
política a manutenção dos padrões de
consumo dos países emergentes:
“Como dizer às nossas dezenas
de milhões de pessoas que deixam a
pobreza na China, na Índia, no Brasil,
na Rússia, que elas não poderão
emitir gases estufa consumindo
energia” - questionou - “porque
implica em restringir o acesso ao
desenvolvimento dos restantes 5,2
bilhões de habitantes da Terra?”
Finalizando, o palestrante falou
sobre as mudanças dos modos de
produção: a transformação da matriz
energética da sociedade, com o fim
dos combustíveis fósseis (petróleo)
e a necessidade de um controle
social global que impeça a ação
ecologicamente deletéria do capital”.
Gestão Ambiental na
Administração Pública
Já na segunda etapa do Ciclo
de Palestras, o Secretário de Estado
do Meio Ambiente, Carlos Minc,
apontou dificuldades e elencou
realizações da Secretaria. “Durante
muitos anos apresentei várias leis
sobre questão ambiental, outras
tantas sobre educação ambiental, e
sempre tive de brigar muito para que
fossem cumpridas. Demorava dois
anos e nenhuma garantia de que eram
106 setembro 2007 - n. 36 Revista TCMRJ