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O legado do PAN: uma nova fase para o Rio? - Tribunal de Contas ...

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Vivo. “Nossa área <strong>de</strong> atuação tem<br />

enfoca<strong>do</strong> as formações coralíneas <strong>do</strong><br />

sul da Bahia, on<strong>de</strong> construímos nosso<br />

laboratório e as seções <strong>de</strong> viveiros <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> corais”, contou. No centro<br />

Arraial D’Ajuda Eco Parque, técnicos<br />

realizam coletas e viabilizam as<br />

etapas <strong>de</strong> reprodução e re-introdução<br />

<strong>do</strong>s corais ao ambiente <strong>de</strong> origem.<br />

“Já obtivemos milhares <strong>de</strong> recrutas<br />

(filhotes) <strong>de</strong> corais. A partir <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s,<br />

conseguimos <strong>de</strong>finir as características<br />

e freqüência da reprodução <strong>de</strong> cada<br />

espécie”, afirmou.<br />

Para promover interação e<br />

divulgar os principais cuida<strong>do</strong>s que<br />

os visitantes <strong>do</strong>s corais <strong>de</strong>vem manter,<br />

Débora Pires investe em campanhas<br />

<strong>de</strong> conscientização, em publicações<br />

<strong>do</strong> jornal trimestral <strong>do</strong> Projeto Coral<br />

Vivo, e na realização <strong>de</strong> palestras em<br />

comunida<strong>de</strong>s locais, escolas e centros<br />

<strong>de</strong> cultura. “E já conseguimos <strong>nova</strong>s<br />

parcerias; preten<strong>de</strong>mos agir com os<br />

multiplica<strong>do</strong>res: 200 professores<br />

<strong>de</strong> ensino fundamental e médio<br />

<strong>do</strong>s Municípios <strong>do</strong> Sul da Bahia,<br />

110 profissionais <strong>de</strong> turismo, 80<br />

universitários e técnicos locais”,<br />

lembrou.<br />

Dentre objetivos imediatos <strong>do</strong><br />

Projeto Coral Vivo, Débora Pires<br />

também <strong>de</strong>stacou as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mapeamento físico e biológico <strong>do</strong><br />

Parque Marinho <strong>do</strong> Recife <strong>de</strong> Fora,<br />

cria<strong>do</strong> em 1997 <strong>para</strong> resguardar<br />

“atributos excepcionais da natureza<br />

da região <strong>de</strong> Porto Seguro – 17,5 km2<br />

<strong>de</strong> recifes. Preten<strong>de</strong>mos ter mapas<br />

<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s diferentes, com<br />

informações sobre os animais e plantas<br />

encontra<strong>do</strong>s em cada área. Seremos<br />

capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver planos <strong>de</strong><br />

manejo <strong>de</strong>ste recife, e contribuir <strong>para</strong><br />

sua conservação”, especulou.<br />

Apesar <strong>de</strong> políticas e projetos bemsucedi<strong>do</strong>s,<br />

Débora Pires reconheceu<br />

dificulda<strong>de</strong>s ainda não solucionadas:<br />

“No sul da Bahia existem somente<br />

5 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação que<br />

protegem parcela significativa <strong>de</strong>sses<br />

ambientes. Mas existem ainda áreas<br />

bastante gran<strong>de</strong>s que não têm qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> proteção”, e avisou: “As perdas<br />

<strong>do</strong>s recifes <strong>de</strong> coral prejudicam as<br />

perspectivas <strong>de</strong> vida das populações<br />

costeiras <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> inteiro”.<br />

Criação e gestão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> conservação<br />

Último palestrante <strong>do</strong> dia, o<br />

professor Rodrigo Me<strong>de</strong>iros discutiu<br />

“Avanços e perspectivas na criação<br />

e gestão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação<br />

no Brasil”. Inicialmente, Rodrigo<br />

explicou que “área protegida” é um<br />

espaço <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> geograficamente<br />

e <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>, regulamenta<strong>do</strong> e<br />

administra<strong>do</strong> <strong>para</strong> alcançar o objetivo<br />

<strong>de</strong> conservação <strong>do</strong>s recursos naturais.<br />

O professor esclareceu também que<br />

“Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação” é <strong>uma</strong> das<br />

cinco tipologias <strong>de</strong> “áreas protegidas”<br />

existentes hoje no Brasil.<br />

Em abordagem que resumiu os<br />

projetos ambientais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1530,<br />

quan<strong>do</strong> iniciada a exploração <strong>de</strong><br />

pau-brasil, até 2000, Rodrigo apontou<br />

dificulda<strong>de</strong>s e resulta<strong>do</strong>s das políticas<br />

brasileiras <strong>de</strong> meio ambiente. Segun<strong>do</strong><br />

Rodrigo, registram-se ainda no Império<br />

as primeiras iniciativas <strong>de</strong> proteção<br />

da Mata Atlântica, preservação da<br />

Floresta da Tijuca e das Paineiras. Já<br />

sob administração <strong>de</strong> Getúlio Vargas,<br />

a Constituição <strong>de</strong> 1934 atribuiu à<br />

União os <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> “proteger belezas<br />

naturais e monumentos <strong>de</strong> valor<br />

histórico e artístico”.<br />

Sergio Ferrari e Oscar Graça Couto<br />

Rodrigo lembrou que o governo<br />

Médici criou, em 1973, a Secretaria<br />

Especial <strong>do</strong> Meio Ambiente – SEMA,<br />

que passou a dividir com o Instituto<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Florestal – IBDF (cria<strong>do</strong> em 1967)<br />

a gestão e fiscalização das áreas<br />

protegidas. Até 2000, data da<br />

instituição <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – SNUC,<br />

que <strong>de</strong>finiria critérios mais objetivos<br />

<strong>para</strong> a criação e gestão <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s<br />

tipologias e categorias <strong>de</strong> áreas<br />

protegidas, dispersas em diferentes<br />

instrumentos legais.<br />

“Mas o próprio SNUC reconhece e<br />

consagra em seu texto a importância<br />

<strong>de</strong>ssas ferramentas <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong><br />

gestão das áreas protegidas, porém, na<br />

prática, as experiências e os resulta<strong>do</strong>s<br />

são ainda muito pouco numerosos<br />

e bem avalia<strong>do</strong>s, seja por falta <strong>de</strong><br />

consenso político, seja mesmo por<br />

falta <strong>de</strong> percepção mais ampla <strong>para</strong><br />

estes problemas à época. A falta <strong>de</strong><br />

planejamento <strong>de</strong> longo prazo e o aporte<br />

<strong>de</strong> recursos têm si<strong>do</strong> os principais<br />

gargalos na consolidação das áreas<br />

protegidas brasileiras”, lamentou.<br />

Rodrigo sugeriu iniciativas que <strong>de</strong>vem<br />

resultar bem-sucedidas: “<strong>de</strong>vemos trazer<br />

<strong>para</strong> o centro <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates e das ações as<br />

áreas protegidas e não mais apenas as<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, distorção<br />

recente <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo brasileiro, bem como<br />

Revista TCMRJ n. 36 - setembro 2007<br />

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