Mesa Redonda 04 - sigrh

mesma vazão, essa cor de rosa ai, e num ano úmido ela faria certa flutuação.
Então, esses são os casos, é uma disputa muito grande, uma briga muito
grande, qualquer metro cúbico que a gente mede a mais eles falam que
inviabiliza o empreendimento, e fica naquela disputa muito grande, muito difícil
para a gente enfrentar tecnicamente num licenciamento; que são pequenos,
não são coisas muito grandes, eles não são de render muito para o
empreendedor, mas também ficam nessa disputa que dificilmente,
tecnicamente dá para defender.
Bom, aqui tem os impactos, que eu tinha “linkado” com os impactos da vazão
reduzida, que a gente espera. Tem uma coisa que a gente está para chamar a
atenção, que estava na discussão anterior e estou falando agora, nós estamos
falando de um trecho geralmente menor, não estamos falando de uma bacia
hidrográfica, e geralmente isso acontece nos trechos de montante, nos trechos
mais de montanha. Então, ele não tem um efeito na bacia toda, são efeitos
localizados, mas têm impacto sim, para a flora e a fauna. Então, os impactos:
elevação de temperatura, diminuição do oxigênio, redução da extensão,
disponibilidade de habitats, intensificação da relação de organismos aquáticos
e terrestres, quando se reduz a vazão ali restringe, encolhimento da zona
variável, em torno do rio, ali na mata ciliar, diminuição da umidade relativa do
ar, redução do sombreamento, redução do aporte alimento próprio das matas
ciliares, ictiofauna, isso tem impacto na ictiofauna local. Isso que eu falo, em
geral, os trechos mais de montanha, mais encachoeirados, eles tem uma
ictiofauna característica, e essas nascentes têm endemismo, que são peixes
típicos daquela região, que só tem ali. Então, tem uns impactos bem
localizados, mas que são significativos, podem ser significativos.
Outro problema que a gente tem nesses licenciamentos é na geração de ponta,
esse também é um caso que apareceu lá para a gente analisar; o
empreendedor pretendia, ele faria assim, o rio, a vazão média deveria ser
assim, ele reserva o dia todo uma vazão, e soltaria à noite, quando ele geraria
energia; então, o rio passaria o dia inteiro com dois metros por segundo, e
chega numa hora tem 10 metros por segundo. Essa variação diária aqui, nos
mostrou que é maior que a vazão anual, quer dizer, a vazão anual dele,
tipicamente, seria superada num primeiro momento numa vazão diária. Então,
esses impactos são dos mais drásticos para o rio e para a vazante do rio.