Produção de Cultura no Brasil - O lado tropical das polÃticas digitais
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“1)como fazer que o produto <strong>de</strong> seu trabalho tenha<br />
uma comunicação direta com um público mais amplo;<br />
2) que sua obra possa refletir uma participação direta<br />
em seu contexto social; e, eventualmente, 3) a participação<br />
<strong>de</strong>ssa obra para uma eventual ou <strong>de</strong>sejável mudança<br />
da socieda<strong>de</strong> 126 .<br />
A arte <strong>tropical</strong>ista, por exemplo, contava com a participação<br />
do público <strong>no</strong> sentido da recepção e construção do sentido,<br />
uma vez que muitas <strong>de</strong>ssas produções (<strong>no</strong> campo <strong>das</strong> artes plásticas<br />
<strong>de</strong> Lygia Clark e Oiticica principalmente) só se completavam<br />
com a intervenção do espectador na obra. Ao estimular<br />
a ruptura dos padrões <strong>de</strong> comportamento do espectador com<br />
relação à obra <strong>de</strong> arte impulsiona-se a imaginação e criativida<strong>de</strong><br />
popular, o que também é uma atitu<strong>de</strong> política <strong>de</strong> alteração da<br />
or<strong>de</strong>m. Para o teatrólogo Augusto Boal, o espectador é, na verda<strong>de</strong>,<br />
um “espect-ator”, um ator em potencial, pois a possibilida<strong>de</strong><br />
criativa artística é inerente a todo ser huma<strong>no</strong>.<br />
Uma possível saída para “o elitismo vicioso representado<br />
pelos meios artísticos vincu<strong>lado</strong>s às classes dominantes” parece<br />
ser a “socialização da arte”, entendida como uma possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r a muitos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se iniciarem <strong>no</strong> fazer<br />
artístico e, assim, estarem aptos a fruir do prazer estético diante<br />
da produção da arte”. 127<br />
Ferreira Gullar, ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a arte “<strong>de</strong> massa” – <strong>no</strong> sentido<br />
da produção realizada por aqueles que seriam, a princípio, consumidores<br />
– afirma que quem a con<strong>de</strong>na ig<strong>no</strong>ra<br />
126 Amaral, 2003, p. 25.<br />
127 I<strong>de</strong>m.<br />
(...) as potencialida<strong>de</strong>s expressivas do homem contemporâneo.<br />
Afirmá-lo seria <strong>de</strong>sconhecer a complexida<strong>de</strong><br />
do mundo atual <strong>no</strong>s seus <strong>de</strong>sníveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
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