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Produção de Cultura no Brasil - O lado tropical das políticas digitais

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sileira não apenas crescesse vertigi<strong>no</strong>samente <strong>no</strong> período mas<br />

aprofun<strong>das</strong>se suas questões estéticas e funcionais.<br />

As ações do gover<strong>no</strong> e <strong>das</strong> organizações políticas populares<br />

passam a orientar-se cada vez mais pela crença em um Estado<br />

superior e sobera<strong>no</strong>, e pelo lugar central ocupado pelas massas<br />

em termos <strong>de</strong> base <strong>de</strong> articulação e apoio. Se isto significa que<br />

possuem então algum nível <strong>de</strong> participação e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha<br />

com o Estado, coloca, por outro <strong>lado</strong>, empecilhos para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma ação política autô<strong>no</strong>ma, <strong>de</strong>sempenhando<br />

assim um papel <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> ma<strong>no</strong>bra. O Partido Comunista,<br />

por sua vez, atuava na aliança com a burguesia nacional e na conciliação<br />

<strong>de</strong> classes, facilmente combinável com o populismo nacionalista<br />

então dominante.<br />

A intensificação do processo <strong>de</strong> industrialização começa a<br />

se fazer através da crescente penetração em <strong>no</strong>ssa eco<strong>no</strong>mia <strong>de</strong><br />

capitais exter<strong>no</strong>s pela via da associação com empresas nacionais.<br />

Dessa forma, o país, estruturado em uma eco<strong>no</strong>mia agrário-exportadora,<br />

sofria as pressões <strong>de</strong> uma “<strong>no</strong>va mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>” imposta<br />

pelo capitalismo mo<strong>no</strong>polista internacional, enquanto o <strong>de</strong>bate<br />

político nacional via nascer um <strong>no</strong>vo tabu: a Reforma Agrária.<br />

Embora tivesse aproximação com a base popular através<br />

<strong>de</strong> reformas sociais, o gover<strong>no</strong> <strong>de</strong> João Goulart encontrava resistência<br />

<strong>de</strong>ntro do Congresso, simbolizando para as classes mais<br />

conservadoras um perigo comunista <strong>no</strong> país, e, temendo a luta<br />

<strong>de</strong> classes, recuou diante <strong>de</strong> uma possível guerra civil. Assim,<br />

financiado pelo gover<strong>no</strong> capitalista <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>, apoiado<br />

pela direita e por setores da Igreja Católica e da classe média,<br />

militares tomam o po<strong>de</strong>r, <strong>no</strong> dia 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964. Instalase<br />

então oficialmente uma moral conservadora sustentada pelo<br />

zelo cívico-religioso, a vigilância moral e o ufanismo patriótico,<br />

que, através da censura <strong>de</strong>claradamente exercida pelo regime<br />

militar sobre a produção cultural nacional, irão estabelecer <strong>no</strong>vos<br />

paradigmas para a criação artística <strong>no</strong> país. O chamado golpe<br />

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