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Produção de Cultura no Brasil - O lado tropical das políticas digitais

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niais a adotar soluções privatistas e <strong>de</strong> mercado, o que enfraquece<br />

a relativa auto<strong>no</strong>mia dos estados nacionais na <strong>de</strong>terminação <strong>das</strong><br />

políticas culturais. Quando submeti<strong>das</strong> ao mercado, as políticas<br />

culturais não são necessariamente pluralistas, o que <strong>de</strong>sfavorece a<br />

atuação <strong>de</strong> agentes culturais não comerciais<br />

A maior incidência <strong>de</strong> práticas culturais <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 80 e<br />

90 se dá muito em função <strong>de</strong> fenôme<strong>no</strong>s transnacionais como<br />

a liberalização do comércio, o maior alcance global <strong>das</strong> comunicações<br />

e da lógica consumista, os <strong>no</strong>vos fluxos <strong>de</strong> trabalho e<br />

migração, entre outros. Segundo George Yúdice:<br />

O recurso do capital cultural é parte da história do reconhecimento<br />

da insuficiência do investimento <strong>no</strong> capital físico<br />

durante os a<strong>no</strong>s 60, <strong>no</strong> capital huma<strong>no</strong> dos a<strong>no</strong>s 80, e<br />

<strong>no</strong> capital social <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 90. Cada <strong>no</strong>va <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> capital<br />

foi projetada como um meio <strong>de</strong> melhorar algumas falhas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento na estrutura prece<strong>de</strong>nte . 132<br />

Enquanto os retor<strong>no</strong>s econômicos foram substanciais <strong>no</strong>s<br />

a<strong>no</strong>s 90, a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> cresceu exponencialmente e a teoria<br />

econômica neoliberal não foi suficiente para dar conta <strong>de</strong>ssas divergências,<br />

recorrendo-se, assim, ao investimento na socieda<strong>de</strong><br />

civil. Percebeu-se, então, que a cultura seria seu principal recurso,<br />

uma vez que viabiliza a consolidação da cidadania fundada<br />

na participação ativa da população – <strong>de</strong>ntro, é claro,dos limites<br />

estabelecidos pelo sistema.<br />

Em uma conferência <strong>de</strong> abertura que reuniu bancos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento multilateral (BDMs) <strong>no</strong> encontro internacional<br />

“As contas da cultura: financiamento, recursos e a eco<strong>no</strong>mia<br />

da cultura em <strong>de</strong>senvolvimento sustentável”, realizado em outubro<br />

<strong>de</strong> 1999, o presi<strong>de</strong>nte do Banco Mundial, James D. Wolfenson<br />

afirmou que “o patrimônio gera valor. Parte do <strong>no</strong>sso <strong>de</strong>safio<br />

132 Yúdice, 2005, p. 31.<br />

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