22.11.2014 Views

Produção de Cultura no Brasil - O lado tropical das políticas digitais

Produção de Cultura no Brasil - O lado tropical das políticas digitais

Produção de Cultura no Brasil - O lado tropical das políticas digitais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CAPÍTULO 2 – O CPC E A TROPICÁLIA.<br />

“Se a gente não se propõe a mudar o mundo, como visão, não<br />

adianta nada. Hoje em dia eu acho que qualquer coisa que se<br />

faça <strong>de</strong>ve estar tão ligada a um ato político que não <strong>de</strong>ve haver<br />

mais diferença entre a política em si e a arte <strong>de</strong> outro <strong>lado</strong>... um<br />

gesto, uma fala, uma atitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem ser coisas politiza<strong>das</strong>.”<br />

Lygia Clark<br />

2.1 – O Centro Popular <strong>de</strong> cultura da UNE.<br />

Como vimos <strong>no</strong> capítulo anterior, a década <strong>de</strong> 60 foi marcada<br />

<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> por um forte sentimento nacionalista e <strong>de</strong>senvolvimentista.<br />

A intensa produção cultural <strong>no</strong> país refletia esta atmosfera,<br />

aglutinando artistas e intelectuais em questionamentos<br />

em tor<strong>no</strong> do “popular”, em termos <strong>de</strong> conscientização e participação<br />

<strong>das</strong> massas <strong>no</strong> processo social e político do país. A arquitetura<br />

<strong>de</strong> Oscar Niemeyer fez <strong>de</strong> Brasília o centro <strong>das</strong> apostas em<br />

termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento nacional, e a Fundação <strong>Cultura</strong>l <strong>de</strong><br />

Brasília, dirigida por Ferreira Gullar, ampliou os horizontes do<br />

poeta para estas questões:<br />

(...) aí entrei numa <strong>no</strong>va dimensão da realida<strong>de</strong>. Aí tentei<br />

fazer arte popular e arte <strong>de</strong> vanguarda, porque acreditava<br />

que Brasília era a síntese <strong>de</strong>sses dois pólos da vida<br />

cultural brasileira. (...) O artesanato arcaico <strong>no</strong>r<strong>de</strong>sti<strong>no</strong><br />

com a imaginação do urbanismo e a arquitetura audaciosa,<br />

o <strong>Brasil</strong> mais mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> e o mais antigo juntos. 34<br />

Gullar, maranhense que vinha <strong>das</strong> experiências neoconcretas<br />

<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, pretendia criar um Museu <strong>de</strong> Arte Po-<br />

34 In: Amaral, 2003, p. 315.<br />

57

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!