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Saúde<br />
bucal<br />
Dr. Douglas Macedo<br />
Temos hoje no país 10 milhões de bocas desdentadas,<br />
1,5 bilhão de dentes cariados e outros 900<br />
milhões necessitando de tratamento. A criança brasileira<br />
tem, em média, 6,9 dentes cariados, perdidos<br />
ou obturados, mais do que o dobro do padrao aceito<br />
pela Organização Mundial de Sadde.<br />
Esta é uma situação deplorável e triste. "A<br />
prevenção é o único caminho", propondo uma maciça<br />
campanha que induz a populaçao à mudança de<br />
hábitos fortemente arraigados, como o consumo incorreto<br />
de açúcar, a matéria-prima básica da formação<br />
de cáries.<br />
Chegando ao ano dois mil com um triste recorde<br />
mundial de cáries, o Brasil tem uma longa,<br />
árdua e difícil meta a cumprir para atingir os índices<br />
de saúde bucal recomendados pela OMS. Um<br />
desses índices estabelece que a população de 12<br />
anos deveria ter até três dentes cariados. Os dados<br />
estatísticos mostram uma incidência de 6 a 7 dentes<br />
atacados, considerando que nessa idade existem<br />
aproximadamente 20 dentes na boca.<br />
Um grande número de brasileiros ao atingir<br />
a idade adulta já perdeu a maioria de seus dentes,<br />
prejudicando assim o funcionamento do aparelho<br />
digestivo, comprometendo a estética facial e muitas<br />
vezes o relacionamento social destas pessoas.<br />
Boa parte da população de baixa renda procura<br />
atendimento em clínicas populares, muitas em péssimas<br />
condições de higiene, representando possíveis<br />
elos de transmissão de microorganismos patogênicos,<br />
numa época em que a AIDS é uma preocupação<br />
mundial.<br />
Além da cárie, responsável aproximadamente<br />
pela perda de 30% a 40% dos dentes, um outro problema<br />
de saúde pública é a chamada doença penodental<br />
(piorréia) que, segundo estudos epidemiológicos,<br />
responde por outros 20% a 35% de perdas<br />
dentárias.<br />
Essa doença tem como fator enológico principal<br />
a placa bacteriana.<br />
Placa bacteriana nada mais é que a presença de<br />
uma massa de bactérias aderida à superfície dos<br />
dentes. Através da educação e motivação cie lugiene<br />
oral induzimos os pacientes a adquirir hábitos corretos<br />
de escovação e uso de fio dental. Só assim é<br />
possível prevenir as doenças periodentais e a cárie.<br />
Na odontologia de hoje, devemos pensar não<br />
s6 na reparação dos estragos causados pelas doenças<br />
bucais, mas sim na prevenção, porque os altos custos<br />
dos procedimentos dentários restringe o tratamento<br />
de bom nível a uma parcela bem pequena da<br />
população.<br />
Atualmente a odontologia no Brasil está situada<br />
entre as mais avançadas do mundo, com profissionais<br />
reconhecidos internacionalmente. Pesquisas<br />
em tecnologia de ponta estão lançando materiais e<br />
equipamentos sofisticados para uso na odontologia.<br />
O laser,por exemplo, usado em cirurgias bucais e<br />
para acelerar a cicatrização; o implante de titânio,<br />
que se integra ao osso, possibilitando a substituição<br />
de dentes extraídos com enorme segurança; a hidroxiapatita,<br />
um material inorgânico usado para reconstruir<br />
o tecido ósseo destruído pela doença periodental;<br />
as resinas compostas fotopolemerizáveis,<br />
altamente resistentes, que reparam dentes cariados<br />
com excelente qualidade estética.<br />
O Brasil é o 5 2 pais do mundo com o mais elevado<br />
índice de dentes cariados, perdido. ci<br />
dos. Os dados são da %a-iiiação Mundial de Saildc<br />
colocando-nos em situação pior do que muitos<br />
pares africanos e do terceiro mundo, considerados<br />
economicamente muito mais atrasados. A solução<br />
seria o governo adotar uma política de prevenção<br />
em odontologia, já que o tratamento curativo é caro<br />
e está muito longe das posses de qualquer cidadão,<br />
até mesmo os que pertencem à chamada "classe<br />
média".<br />
Até dezembro o governo Álvaro Dias vai gastar<br />
800 milhões de cruzeirinhos em publicidade. A Secretaria<br />
de Comunicação Social faz um rateio para<br />
jornais, emissoras de rádio e televisão e aí é aquela<br />
coisa que todos estamos cansados de ver. o secretário<br />
fulano é dinâmico e o governador é magnânimo.<br />
Devia ter uma lei contra isso.<br />
• • •<br />
Antigamente se dizia que a publicidade oficial,<br />
feita com o dinheiro dos contribuintes, para fins de<br />
promoção pessoal e política dos governantes de<br />
plantão, era imoral mas era legal: não havia lei nenhuma<br />
que proibisse essa prática indecorosa.<br />
Agora, a Constituição federal proibe a vinculação de<br />
nomes de governadores, secretários, prefeitos, etc.<br />
à divulgação de obras e serviços (igualmente custeados<br />
pelo povinho). Continua sendo imoral e é inconstitucional.<br />
Mas, tem um porém: esse dispositivo<br />
depende de lei complementar regulamentadora e,<br />
enquanto isso, suas excelências continuam se autobadalando<br />
e ignorando solenemente o que diz a<br />
carta-magna. Pode<br />
• • •<br />
De onde se conclui que todos são iguais perante<br />
a lei, mas alguns são mais "iguais".<br />
• • •<br />
No austero governo Collor as empresas de publicidade<br />
que contribuiram para a eleição do moço<br />
das alagoas, foram contratadas sem licitação para<br />
divulgar os assuntos de interesse do palácio do<br />
Planalto e da Petrobrás. Um desrespeito grosseiro à<br />
Constituição, uma ofensa imperdoável ao código de<br />
contabilidade pública entre outros pecadilhos.<br />
Constitui-se uma CPI na Câmara Federal para investigar<br />
o caso e todos sabemos que após o espalhafato<br />
inicial, a CPI irá se recolhendo, murchando<br />
para não dar em rigorosamente nada. Um filme que<br />
já vimos muitas vezes.<br />
• • •<br />
Beneficiados que foram pelo governo Sarney,<br />
com a isenção de 33% de IPI, os motoristas de táxi<br />
esperam agora a isenção de 17% dé iCiViS. Proposta<br />
nesse sentido será encaminhada pelo governador<br />
Álvaro Dias ao Conselho Nacional de Política<br />
Fazendária. A promessa foi feita em reunião com<br />
representantes da classe, no dia 15 de agosto último,<br />
no Palácio Iguaçu. Resta saber se no Confaz os<br />
demais secretários de Fazenda concordarão com<br />
a isenção pretendida. Ou ela será aprovada por<br />
da viva<br />
unanimidade ou nada feito. Com certeza alguns dirão:<br />
tá certo que 17% é exagero, mas alíquota zero<br />
O mais provável é que a promessa fique apenas na<br />
promessa.<br />
• • •<br />
Depois do plano Collor o número de cheques<br />
sem fundo na praça de Curitiba aumentou em 35%,<br />
causando dores de cabeça a proprietários de lojas,<br />
restaurantes e postos de gasolina. Se antes a situação<br />
era péssima, agora ficou esdrúxula.<br />
• • •<br />
Na impossibilidade de manter o arrocho salarial<br />
nos níveis que desejaria, o governo Collor instituiu<br />
um abono de três mil cruzeiros para os assalariados<br />
que recebem até 26 mil e pico por mês. E decidiu<br />
que esse "benefício" não seria pago aos aposentados.<br />
Êia governinho danado! Veio a grita geral<br />
e os sindicalistas lembraram que se o governo cobrasse<br />
o dinheiro sonegado à previdência (nada<br />
menos de 100 bilhões de dólares!) daria para pagar<br />
aquele abonozinho e até liquidar boa parte da nossa<br />
escabrosa dívida externa! Diante disso a superministra<br />
Zélia e o presidente Collor, que estavam<br />
"irredutíveis", foram obrigados a recuar. É por essas<br />
e outras que precisamos de sindicatos fortes.<br />
O Collor não é o único presidente que tivemos, que gosta de praticar esportes<br />
perigosos.<br />
• • •<br />
Em nota oficial publicada nos jornais, a Associação<br />
Brasileira de Defesa do Contribuinte, representada<br />
pelo advogado Gilberto Luiz do Amaral,<br />
promete a mobilização geral dos consumidores<br />
deste país contra o que classificou de excessiva<br />
carga tributária. Diz que 59% do custo da cesta básica,<br />
55% dos preços do vestuário e 62% das tarifas<br />
de transporte coletivo são representadas por impostos<br />
e taxas; que o governo Collor elevou os impostos<br />
em 15% e promoveu o maior confisco da<br />
história mundial; e que temos uma carga tributária<br />
maior que a da Suécia e um retorno (em obras e<br />
serviços de interesse social) menor que o da índia.<br />
Papagaio!...<br />
CEREALISTA SÃO PAULO<br />
NIIMENBRII><br />
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