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1 - SINDAFEP

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O Sistema Unificado de Saúde, consagrado<br />

pela Constituição Brasileira como<br />

uma política de saúde contempla à todos os<br />

brasileiros por direito de cidadania e não<br />

mais como direito de contribuinte. É também<br />

urna proposta universal, vigente em<br />

quase todos os países do mundo, em maior<br />

ou menor grau de amplitude. Não é uma<br />

proposta Capitalista nem um programa Socialista.<br />

Depende exclusivamente da vontade<br />

política do governo nos seus diversos<br />

níveis: Federal, Estadual ou Municipal.<br />

Como toda ação de governo, tem sofrido<br />

dos males crônicos inerentes à burocracia<br />

estatal a instrumentação das necessidades<br />

sociais como mecanismo de captação<br />

de votos e de provimento de cargos, premiando<br />

correligionários e punindo adversários.<br />

Todos os programas de governo contemplam<br />

a educação e a saúde como prioridades.<br />

Na prática esta prioridade se esvai<br />

na falta de alocação de recursos, nas medidas<br />

economicistas, na barganha das verbas.<br />

Aposentado não produz, portanto é um<br />

peso a ser carregado. Doente não produz,<br />

portanto é um incômodo a ser varrido para<br />

o quarto dos fundos, para o lixo populacional.<br />

O importante é que assuma este compromisso<br />

alguém comprometido com esta<br />

faixa populacional e o demonstre na prática.<br />

Melhor seria se já o tivesse demonstrado<br />

em atuações passadas.<br />

A cultura administrativa dos nossos<br />

dirigentes ainda está cheia dos postulados<br />

centralizadores dos regimes autoritários<br />

pelo qual passamos, de 1964 à 1990, com<br />

um curto interlúdio de transição que, se<br />

permitiu uma eleição direta não apagou<br />

plenamente a prática centralizadora. É uma<br />

fase de democracia exercida por não democratas.<br />

Estamos jogando um jogo para o<br />

qual os jogadores não foram treinados. Seria<br />

o mesmo que escalar jogadores de basquete<br />

para disputar uma partida de futebol.<br />

O SUS propõe a unificação dos serviços<br />

de saúde e não a sua centralização. Os<br />

gestores do sistema parecem não ter lido<br />

todo o texto constitucional ou estão acreditando<br />

num sistema caótico, onde cada um<br />

pega o que pode e aplica como quer. Em<br />

nome da descentralização estão criando<br />

direitos, onde os municípios continuam indo<br />

à Brasília buscar verbas para programas<br />

completamente soltos dentro do estado,<br />

gerando situações que não se articulam,<br />

programas que se sobrepõe, gastos que se<br />

duplicam.<br />

Na proposta do SUS partiu-se de uma<br />

visão estatizante, sem levar em conta as<br />

tradições e aspirações da sociedade civil,<br />

como se esta fosse incompetente para planejar<br />

e executar. A consulta popular recebeu<br />

o estigma ideológico de uma postura de<br />

esquerda, contestatória e socializante ao<br />

extremo. O povo, por sua vez, em lugar de<br />

usar os mecanismos já existentes parte do<br />

princípio de que seus representantes políticos,<br />

veread()res e deputados, foram eleitos<br />

para tratar de outros assuntos que não os<br />

comunitários. Dentro desta linha procuram<br />

constituir representações clássicas, ou corporativas,<br />

sem lembrar que este tipo de representação<br />

foi instrumento tanto dos regimes<br />

da extrema direita, como o facismo,<br />

quanto da extrema esquerda, como o marxismo.<br />

A cor ideológica sempre ficou mais<br />

por conta da postura do eleito do que por<br />

outra coisa. O produto final nunca é a democracia,<br />

em qualquer dos casos.<br />

No momento em que o governo, nos<br />

seus diversos níveis executivos e legislativos,<br />

tomar consciência de que ao Estado<br />

compete executar aquilo que a sociedade<br />

civil não tem meios para fazer, fora da burocracia<br />

oficial, o SUS começará a ser resgatado<br />

como um programa de governo e<br />

não uma panacéia eleitoral. Acredito que<br />

quando isto acontecer estaremos iniciando<br />

a jornada para o resgate de uma proposta<br />

boa, hoje desvirtuada na sua execução.<br />

Francisco Xavier Beduschi é médico.<br />

Investe-se pouco em saúde no Brasil,<br />

cerca de 3% do PIB. O necessário seria<br />

pelo menos 10%. A afirmação é do médico<br />

Júlio Gomel, chefe do Departamento de<br />

Saúde Hospitalar da Fundação Caetano<br />

Munhoz da Rocha.<br />

"Não interessa saber de onde virão<br />

os recursos: suspensão dos pagamentos<br />

da dívida externa ou de outros setores.<br />

O importante é que se deve ampliar o volume<br />

de verbas para a saúde. No meu setor,<br />

de atendimento hospitalar, estamos<br />

gastando pouco e mal. Dependemos para<br />

a execução de serviços de saúde no Brasil<br />

em grande parte da rede privada e é<br />

inadmissível o que o governo propõe aos<br />

serviços.executados".<br />

Para Gomel, como a rede privada é<br />

responsável por 90% dos atendimentos, é<br />

necessário inicialmente remanejar as verbas<br />

e corrigir os valores destinados aos<br />

serviços de saúde, "para que possamos<br />

exigir um melhor padrão de atendimento.<br />

Gastamos cerca de 40% do total na concessão<br />

de alto custo hospitalar, como ortese<br />

e prótese (substituição de peças e<br />

órgãos destinados a correções valvo-cardíacas),<br />

marca-passos, próteses ortopédicas<br />

etc. Isso representa um gasto muito<br />

grande para atender a um pequeno número<br />

de pessoas. Os recursos são escassos e<br />

devem ser destinados à atenção básica de<br />

saúde e nós sabemos que com o custo de<br />

um marca-passos se pode fazer centenas<br />

de partos. Aplica-se marca-passos e as<br />

crianças nascem na rua, nos carros de<br />

polícia, por falta de condições de atendimento".<br />

REFLEXOS DA CRISE<br />

Lembrando que um dos setores mais<br />

castigados com o desequilíbrio na economia<br />

foi o de saúde, o médico Júlio Gomel<br />

diz que o Ministério da Saúde está começando<br />

a se estruturar para atender as necessidades<br />

e encontrar recursos, o que<br />

não é fácil. "O pior é que nesse quadro de<br />

dificuldades e carências, há prestadoras<br />

de serviços que derivam para a mercantilização<br />

da medicina, para fugir do déficit.<br />

Chegam a atitudes marginais que colocam<br />

em risco a saúde e à vida do usuário".<br />

Segundo ele, o Suds teoricamente<br />

é importante. Propõe a unificação de todos<br />

os serviços de saúde, que isoladamente<br />

se propunham a fazer alguma coisa e acabavam<br />

fazendo a mesma coisa duas ou<br />

três vezes. "Unindo-se os serviços de<br />

postos e centros de saúde será possível<br />

prestar melhores serviços à população,<br />

cortando os desperdícios, mas as dificuldades<br />

são inúmeras".<br />

Antes da implantação do sistema, a<br />

saúde estadual estava mais envolvida com<br />

a vigilância e a pesquisa e a área federal<br />

atendia a medicina curativa, que exige<br />

grande volume de recursos. Com a descentralização,<br />

as duas áreas serão reunidas<br />

e recursos terão que ser destinados à<br />

área preventiva. "Tudo isso começou com<br />

as ações integradas de saúde (AIS), passando<br />

para o Suds na segunda etapa e<br />

agora para o SUS (Sistema Único de Saúde).<br />

O problema é que no Brasil derepente<br />

muda a política, muda tudo e o trabalho<br />

feito não tem seqüência".<br />

O QUE É O SUS<br />

Júlio Gomel diz que o SUS é a municipalização<br />

dos serviços de saúde, através<br />

dos distritos sanitários. "Os recursos<br />

virão das áreas federal, estadual e municipal<br />

e se tem dito que o ideal é que cada<br />

área destine de 10 a 15% dos seus orçamentos.<br />

No caso dos municípios, 15% sobre<br />

o quê Há municípios riquíssimos, mas<br />

todos querem que os recursos para o SUS<br />

venham de fora. Desde a implantação do<br />

programa, o Paraná gastou menos com a<br />

saúde do que vinha gastando".<br />

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