por Le Clézio revelado O mundo - Fonoteca Municipal de Lisboa
por Le Clézio revelado O mundo - Fonoteca Municipal de Lisboa
por Le Clézio revelado O mundo - Fonoteca Municipal de Lisboa
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Um musical sobr<br />
o pior musical<br />
É um musical sobre um musical que coloca em cima do palco Hitler, numa versão muito drag q<br />
êxito da Broadway, vai andar em digressão nacional. E<br />
Teatro<br />
“Há dois tipos <strong>de</strong><br />
público em Portugal:<br />
o que vai ver os<br />
musicais <strong>de</strong> La Féria<br />
<strong>por</strong>que é o La Féria e<br />
o que simplesmente<br />
não vê musicais”, diz<br />
o produtor Gonçalo<br />
Castel-Branco<br />
“Uma carta <strong>de</strong> amor à Broadway”: foi<br />
assim que Mel Brooks <strong>de</strong>screveu “Os<br />
Produtores”, musical da Broadway que<br />
bateu recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bilheteira, e que vai<br />
estrear-se em Portugal, com encenação<br />
<strong>de</strong> Claudio Hochman, no dia 6 <strong>de</strong> Fevereiro,<br />
no Teatro Tivoli, em <strong>Lisboa</strong>.<br />
Hitler, interpretado <strong>por</strong> um encenador<br />
gay, é apenas uma das personagens<br />
que promete colocar o público<br />
<strong>por</strong>tuguês a rir no musical mais premiado<br />
<strong>de</strong> sempre na Broadway. Numa<br />
pré-apresentação, o espectáculo po<strong>de</strong><br />
ser visto, no Portimão Arena, Algarve,<br />
até dia 11 <strong>de</strong> Janeiro. Seguirá <strong>de</strong>pois<br />
para <strong>Le</strong>iria, on<strong>de</strong> estará entre 28 <strong>de</strong><br />
Janeiro a 1 <strong>de</strong> Fevereiro, no Teatro José<br />
Lúcio da Silva.<br />
Em primeiro lugar, “Os Produtores”,<br />
<strong>de</strong> Mel Brooks e Thomas Meeha, não<br />
é um espectáculo comum, mas um<br />
musical sobre um musical que coloca<br />
em cima do palco Hitler, numa versão<br />
muito drag queen. Em segundo, brinca<br />
<strong>de</strong>liberadamente com todas as raças,<br />
credos e religiões. Por último, existe<br />
muito sexo à mistura, mas entre um<br />
dos protagonistas e uma carrada <strong>de</strong><br />
velhinhas entravadas que se aguentam<br />
em pé graças a umas muletas <strong>de</strong> alumínio.<br />
Um musical simplesmente à<br />
Mel Brooks, rei do politicamente incorrecto<br />
que não poupa nazis, gays e intelectuais<br />
do <strong>mundo</strong> do espectáculo<br />
norte-americano.<br />
“Há dois tipos <strong>de</strong> público em Portugal:<br />
o que vai ver os musicais <strong>de</strong> La<br />
Féria <strong>por</strong>que é o La Féria e o que simplesmente<br />
não vê musicais”, diz<br />
o produtor Gonçalo Castel-<br />
Branco que resolveu arriscar<br />
e adaptar um dos maiores<br />
êxitos da Broadway.<br />
O musical que se<br />
estreou em 2001, no<br />
St. James Theatre, é<br />
baseado no filme que<br />
Brooks escreveu e<br />
realizou, em 1968, e<br />
que tinha como protagonistas<br />
Zero Mostel<br />
e Gene Wil<strong>de</strong>r. O autor ainda recebeu<br />
um Óscar na categoria <strong>de</strong> Melhor<br />
Argumento, apesar <strong>de</strong> o filme ter sido<br />
comercialmente um fracasso. Trinta<br />
e três anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>u origem a um<br />
musical da Broadway, cujo argumento<br />
e música são também do realizador<br />
norte-americano. Ao contrário do<br />
filme, assim que se estreou o espectáculo<br />
começou a bater recor<strong>de</strong>s. No<br />
primeiro dia, a bilheteira fez três<br />
milhões <strong>de</strong> dólares (antes, nas vendas<br />
<strong>por</strong> antecipação, o musical já tinha<br />
feito 17 milhões <strong>de</strong> dólares). Em 2001<br />
dominou os Tony Awards (equivalente<br />
aos Óscares do teatro) com 15 nomeações,<br />
ganhando 12 e batendo o<br />
recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> sempre.<br />
Montar um espectáculo <strong>de</strong>sta envergadura<br />
em Portugal choca, logo no<br />
início, com muitos obstáculos. “Não<br />
existem muitos teatros capazes <strong>de</strong> acolher<br />
um espectáculo com as dimensões<br />
<strong>de</strong> ‘Os Produtores’”, aponta Gonçalo<br />
Castel-Branco, que <strong>de</strong>morou um ano<br />
até conseguir reservar o Teatro Tivoli,<br />
em <strong>Lisboa</strong>.<br />
Em termos <strong>de</strong> produção, um musical<br />
<strong>de</strong>ste género é dos mais “pesados<br />
logisticamente” e acarreta “um gran<strong>de</strong><br />
risco financeiro”.<br />
O espectáculo começou a ganhar<br />
corpo no Armazém 4, da Cherry Enter-<br />
Os protagonistas<br />
<strong>Le</strong>o<br />
Bloom,<br />
contabilista<br />
neurótico,<br />
e Max<br />
Bialystock,<br />
produtor<br />
arruinado, são<br />
interpretados<br />
<strong>por</strong> Manuel<br />
Marques e<br />
Miguel Dias.<br />
No musical<br />
ainda<br />
<strong>de</strong>sfilam<br />
outras<br />
personagens:<br />
drag queens,<br />
coristas<br />
vestidos como<br />
tropas nazis, a<br />
escultural<br />
Ulla,<br />
velhinhas<br />
entravadas...<br />
18 • Ípsilon • Sexta-feira 9 Janeiro 2009